A criação da Biblioteca Pública em 1831: política e cultura escrita na província do Maranhão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.142515

Palavras-chave:

Império do Brasil, Maranhão, cultura escrita, biblioteca, política

Resumo

O texto apresenta informações sobre cultura escrita na capitania/província do Maranhão nas primeiras décadas dos Oitocentos, fundamentadas nos registros de envio de impressos para o Maranhão, preservados pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo e Arquivo Histórico Ultramarino, nas atas do Conselho Presidial (1825-1831) e nos anúncios publicados por jornais maranhenses, entre 1821 e 1834. Em seguida, analisa os registros do jornal O Farol Maranhense referentes à subscrição de dinheiro e livros para criação da Biblioteca Pública, inaugurada em maio de 1831. O objetivo é explorar a demanda por uma biblioteca como componente de expansão da cultura escrita, captada em meio às tensões entre “brasileiros” e “portugueses” na província, agravadas com a chegada da notícia da abdicação de d. Pedro I. 

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Biografia do Autor

  • Marcelo Cheche Galves, Universidade Estadual do Maranhão. Departamento de História e Geografia

    Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense. Professor Adjunto IV do Departamento de História e Geografia, da Universidade Estadual do Maranhão. Bolsista produtividade FAPEMA.

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Publicado

2019-03-18

Edição

Seção

cultura escrita e práticas cotidianas

Como Citar

A criação da Biblioteca Pública em 1831: política e cultura escrita na província do Maranhão. Revista de História, [S. l.], n. 178, p. 1–30, 2019. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.142515. Disponível em: https://revistas.usp.br/revhistoria/article/view/142515.. Acesso em: 19 mar. 2024.