Autobiografias em Moçambique: a escrita como monumento (2001-2013)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.143657

Palavras-chave:

Moçambique, memória, história, escrita, contemporaneidade

Resumo

O artigo tem como foco textos de caráter autobiográfico publicados em Moçambique a partir de 2001, nos quais as relações entre memória e poder projetam-se como uma aliança determinante na condução da história recente do país. Compreendendo a escrita como uma arena, os autores recolhem/selecionam/produzem as lembranças do período da luta armada de libertação e propõem uma leitura em que a história é delineada por vozes que, mesmo procurando incorporar uma carga de subjetividade aos discursos que registram, confluem no esforço de consolidação da macronarrativa oficial.

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Biografia do Autor

  • Rita Chaves, Universidade de São Paulo

    Professora associada de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

     

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Publicado

2019-10-08

Edição

Seção

Dossiê: Moçambique em perspectiva: histórias conectadas, interdisciplinaridade..

Como Citar

Autobiografias em Moçambique: a escrita como monumento (2001-2013). Revista de História, [S. l.], n. 178, p. 1–22, 2019. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.143657. Disponível em: https://revistas.usp.br/revhistoria/article/view/143657.. Acesso em: 19 mar. 2024.