Heterotopia e vilegiatura em Lourenço Marques (1890-1930)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.144194

Palavras-chave:

África, Lourenço Marques, lazer, vilegiatura, colonialismo

Resumo

A invenção do tempo livre em Lourenço Marques favoreceu práticas desportivas e de lazer. Entre outras, destacou-se a vilegiatura marítima. A praia de Polana foi um dos principais destinos da vilegiatura em Lourenço Marques. Fotografias, bilhetes postais e filmes registraram o momento de “tomar fresco”. Nos Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colônia de Moçambique (1929), de José dos Santos Rufino, tem-se o registro da vilegiatura e de outras práticas de lazer como propaganda colonial. Por meio da análise de imagens da vilegiatura, busca-se mostrar como certos espaços coloniais destinados ao lazer podem ser vistos como heterotopias de compensação.

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Biografia do Autor

  • Sílvio Marcus de Souza Correa, Universidade Federal de Santa Catarina

    Professor do PPGH e do Departamento de História da UFSC e Pesquisador do CNPq.

Referências

Fontes

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Filmografia

A CIDADE de Lourenço Marques. Direção: Fernandes Tomaz. Produção: Brigada Cinematográfica Portuguesa. [S. l.]: Agência Geral do Ultramar, 1929. 1 vídeo (12 min).

DESPORTOS em Lourenço Marques. Direção: Alfredo Cristino Gomes. Produção: Felipe de Solms. [S. l.]: Agência Geral do Ultramar, 1951. 1 vídeo (11 min), 35 mm.

Lourenço Marques. Direção: Felipe de Solms. Produção: Felipe de Solms e Ricardo Malheiro. [S. l.]: Agência Geral do Ultramar, 1950. 1 vídeo (10 min), mono, 35 mm.

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Publicado

2019-10-30

Edição

Seção

Dossiê: Moçambique em perspectiva: histórias conectadas, interdisciplinaridade..

Como Citar

Heterotopia e vilegiatura em Lourenço Marques (1890-1930). Revista de História, [S. l.], n. 178, p. 1–35, 2019. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.144194. Disponível em: https://revistas.usp.br/revhistoria/article/view/144194.. Acesso em: 19 mar. 2024.

Dados de financiamento