Cantor e cantor de microfone

discussão conceitual sobre música, música popular e indústria da cultura

Autores

  • Rubens Russomanno Ricciardi Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-7117.rt.2020.170647

Palavras-chave:

Canto, Canto com microfone, Arte, Arte Popular, Indústria da Cultura

Resumo

No artigo há um estudo conceitual sobre o canto. Por conta da indústria da cultura, o canto milenar passou a ser chamado de canto lírico. Essa expressão, contudo, não faz sentido. O canto da indústria da cultura se impôs soberano na ditadura da opinião pública. Mas é um tipo de história recente de cerca de um século. O artigo propõe que, numa perspectiva histórico-musicológica, mais adequado seria chamar o canto na arte e na arte popular simplesmente de canto, já o canto na indústria da cultura de canto de microfone.

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Biografia do Autor

  • Rubens Russomanno Ricciardi, Universidade de São Paulo

    Professor titular do Departamento de Música da FFCLRP-USP, Rubens Russomanno Ricciardi é compositor, maestro, pianista e musicólogo. Graduado (Licenciatura em Música) pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e com especialização (Musicologia) pela Universidade Humboldt de Berlim, sua carreira acadêmica contempla Mestrado (dissertação sobre Hanns Eisler), Doutorado (tese sobre Manuel Dias de Oliveira), Livre-docência (tese em Poética Musical) e Concurso para Professor Titular (performance em regência/piano) pela ECA-USP. Suas linhas de pesquisa são Filosofia da Música e Música Brasileira: história, interpretação-performance, processos composicionais e editoriais. Fundador do Curso de Música pela USP em Ribeirão Preto, com seu bacharelado pioneiro em Viola Caipira, é ainda fundador e diretor artístico do Ensemble Mentemanuque (grupo dedicado à música contemporânea) e da USP-Filarmônica (orquestra acadêmica composta por alunos bolsistas da USP). É também, pela USP, professor responsável pelo Festival Música Nova “Gilberto Mendes”, coordenador e fundador do Núcleo de Pesquisa em Ciências da Performance em Música (NAP-CIPEM), do Centro de Memória das Artes, do Projeto USP-Música-Criança e das séries Concertos USP/São Carlos e Concertos USP/Theatro Pedro II, respectivamente nas cidades de São Carlos e Ribeirão Preto. Sua obra sinfônica Candelárias foi premiada no México. Tem artigos e capítulos de livros publicados no Brasil, em Portugal e na Alemanha. Suas composições de câmara e sinfônicas têm sido apresentadas em centros musicais no Brasil, na América do Norte (Canadá, EUA e México) e na Europa (Espanha, Suíça, Itália e Alemanha). É parecerista da FAPESP e da Revista da Tulha.

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Publicado

2020-06-03

Edição

Seção

Artigo

Como Citar

Cantor e cantor de microfone: discussão conceitual sobre música, música popular e indústria da cultura. (2020). Revista Da Tulha, 6(1), 110-139. https://doi.org/10.11606/issn.2447-7117.rt.2020.170647