Preditores de recorrência e progressão do câncer de bexiga: validação externa do escore de risco EORTC e a Classificação do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo

Autores

  • André Torreão Machado Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
  • Ricardo Waksman Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
  • Daher Cezar Chade Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas, Clínica Urológica
  • Maurício Dener Cordeiro Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas, Clínica Urológica
  • Álvaro Sadek Sarkis Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas, Clínica Urológica
  • William Carlos Nahas Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v96i2p88-93

Palavras-chave:

Institutos de câncer, Neoplasias da bexiga urinária, Recidiva local de neoplasia/classificação, Estudos de validação, Brasil.

Resumo

Introdução: Classificações de risco baseadas em fatores preditivos de recorrência e progressão são essenciais para condutas no câncer de bexiga. Tabelas de risco combinam essas variáveis para uso clínico. As tabelas de risco da Organização Europeia para Pesquisa e Tratamento do Câncer (EORTC) são aceitas para esse propósito, mas nunca foram validadas no Brasil. Objetivos: Validar as tabelas de risco EORTC e criar uma classificação de risco baseada na população de pacientes acompanhados em um centro terciário de câncer. Métodos: Estudo retrospectivo de 561 pacientes submetidos a ressecção transuretral (RTU) de câncer de bexiga superficial de fevereiro de 2005 a junho de 2011. As variáveis analisadas foram as mesmas das tabelas de risco EORTC. A regressão logística foi realizada usando SPSS. A análise da curva COR determinou o limite de tamanho do tumor. Resultados: As tabelas de risco EORTC não conseguiram prever recorrência nem progressão. Na análise para prever recorrência isoladamente, estadio T e tamanho do tumor previram o desfecho. O limite de tamanho do tumor foi definido em <4cm vs ≥4cm (AUC=0,61; p=0,001). Criamos uma classificação: Ta/CIS=0 pontos, T1=4 pontos, tamanho do tumor=0 ou 3 pontos. A classificação de risco foi obtida somando os pontos. A taxa de recorrência em 2 anos foi: escore 0=11,2%; escore 3=20,7%; escore 4=29,2%; escore 7=37,9%. Para prever recorrência e progressão, estadio T e tamanho do tumor previram significativamente o desfecho. A classificação em escores foi: Ta/CIS=0 pontos, T1=2 pontos, tamanho do tumor = 0 ou 2 pontos. A classificação de risco foi obtida somando os pontos. A taxa de recorrência em 2 anos foi: escore 0=17%; escore 2=28,6%; escore 4=40,7%. Conclusões: Constatamos que as tabelas de risco EORTC não conseguiram prever recorrência ou progressão do câncer de bexiga na nossa população. Portanto, desenvolvemos uma classificação de risco para auxiliar urologistas a individualizar as condutas por paciente.

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Biografia do Autor

  • André Torreão Machado, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
    Acadêmico de Medicina da FMUSP.
  • Ricardo Waksman, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
    Acadêmico de Medicina da FMUSP.
  • Daher Cezar Chade, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas, Clínica Urológica

    Médico Assistente da Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

  • Maurício Dener Cordeiro, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas, Clínica Urológica

    Médico Assistente da Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

  • Álvaro Sadek Sarkis, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital das Clínicas, Clínica Urológica

    Médico Assistente da Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

  • William Carlos Nahas, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina

    Professor Titular de Urologia da Faculdade de Medicina da USP

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Publicado

2017-06-09

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Preditores de recorrência e progressão do câncer de bexiga: validação externa do escore de risco EORTC e a Classificação do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. (2017). Revista De Medicina, 96(2), 88-93. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v96i2p88-93