bcg no tratamento de condiloma acuminado genital recidivante
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i3p283-286Palavras-chave:
Condiloma acuminado, Papillomaviridae, Mycobacterium bovis.Resumo
Introdução: O Papiloma Virus Humano é a doença sexualmente transmissível de maior prevalência. O tratamento do Condiloma Acuminado é um grande desafio devido ao elevado índice de recidiva (30-70%) e à inexistência de medicamento eficaz para sua eliminação. Objetivo: Avaliar a eficácia do tratamento com OncoBCG para portadores de condilomas recidivantes por mais de 2 anos. Pacientes e métodos: Foram incluídos pacientes entre 18 e 60 anos, com história de verrugas genitais há mais de 2 anos, atendidos a partir de 01-08-2011, sendo excluídos os portadores de doenças graves, imunodeficiência ou em uso de imunossupressor. O método foi: iniciar com biopsia(s) da verruga(s) com anestesia local, seguida de eletrocoagulação de todas as verrugas e bases das biopsias, e aplicação de solução com 80 mg de Onco BCG dissolvido em 2 ml de solução salina a 0,9%, em toda área genital, inclusive nas áreas cauterizadas. Cobrir a área com plástico por 2 horas, e, depois lavar com água. As aplicações locais de Onco BCG foram repetidas por 8 semanas consecutivas. No final do segundo mês os casos foram reavaliados. Quando havia recidiva clínica um novo procedimento com o mesmo medicamento era feito, porém com 3 aplicações semanais pelo próprio paciente por 8 semanas. Resultado: Dezesseis pacientes completaram seguimento de 2 anos. O índice de cura foi de 68,75%. Dos 11 pacientes curados, 6 (37,5%) usaram uma série de Onco BCG, dois usaram 2 (12,5%) séries, e 3 (18,75%) usaram 3 séries. Dos 5 pacientes não curados, houve redução de número de cauterizações de 5,5 vezes num período médio de doença de 51,6 meses, para 2,4 vezes de cauterizações, num período médio de acompanhamento de 52,3 meses, após uso de Onco BCG. Os efeitos colaterais com o uso do BCG são insignificantes. Conclusão: BCG tópico é boa opção no tratamento para condilomas resistentes, com mínimo efeito colateral e pode ser usado mesmo nos pacientes PPD negativos. No entanto, esse resultado deve ser confirmado com maior casuística e estudo com grupo controle.