Escroto agudo: diagnóstico diferencia e tratamento

Autores

  • João Arthur Brunhara Alves Barbosa Divisão de Urologia, Hospital das Clínicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina FMUSP, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP http://orcid.org/0000-0001-9646-8588
  • Marco Antonio Arap Divisao de Urologia, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina FMUSP, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP Hospital Sírio Libanês http://orcid.org/0000-0002-2577-119X

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i3p278-282

Palavras-chave:

Escroto, Escroto/diagnóstico por imagem, Torção do cordão espermático, Orquite.

Resumo

Escroto agudo (EA) é uma síndrome caracterizada por dor escrotal aguda, frequentemente acompanhada por edema escrotal e outros sinais e sintomas locais e sistêmicos. EA pode ser a apresentação inicial de diversas doenças, incluindo torção testicular, orquite, epididimite, torção de hidátide, hérnia inguinal estrangulada e, menos frequentemente, hematoma escrotal e tumor testicular. No contexto de serviços de urgência, o examinador deve ser cauteloso quanto à possibilidade de torção testicular. Essa condição consiste na torção do cordão espermático, levando a interrupção de fluxo sanguíneo, com isquemia e finalmente necrose tecidual. Torção testicular está associada a dor intensa, náusea, alteração do reflexo cremastérico e elevação do testículo, sendo essas variáveis identificadas na história e no exame físico. No entanto, a ultrassonografia escrotal com Doppler frequentemente é necessária para complementação diagnóstica. O exame de ultrassom revela redução ou parada do fluxo sanguíneo para o testículo afetado; nesses casos, o tratamento cirúrgico está indicado e deve ser instituído com a maior brevidade possível, já que um atraso superior a 6 horas pode resultar em perda do órgão. A cirurgia consiste em orquidopexia bilateral em caso de testículo viável; nos casos em que o testículo sofre necrose, este deve ser removido, porém o testículo contralateral deve ser fixado para prevenir novos episódios. Um diagnóstico diferencial da torção tesiticular é a orquiepididimite, que pode ser de etiologia viral na infância e frequentemente bacteriana após o início da atividade sexual. O sinal mais específico para o diagnóstico de orquiepididimite é o alívio da dor com a elevação manual do testículo, conhecido como sinal de Prehn. O tratamento da doença bacteriana requer antibióticos, enquanto os casos de etiologia viral requerem somente sintomáticos. A torção de hidátide, que inclui torção do apêndice testicular ou do apêndice epididimal, pode simular o quadro clínico da torção testicular, porém ao ultrassom com Doppler, o fluxo sanguíneo está preservado e um apêndice torcido frequentemente é encontrado. O tratamento para essa condição requer somente controle sintomático.

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Biografia do Autor

  • João Arthur Brunhara Alves Barbosa, Divisão de Urologia, Hospital das Clínicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina FMUSP, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP
    Divisão de Urologia, Hospital das Clínicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina FMUSP, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, BR. Médico residente
  • Marco Antonio Arap, Divisao de Urologia, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina FMUSP, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP Hospital Sírio Libanês
    Divisao de Urologia, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina FMUSP, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, BR. Chefe do Setor de Pronto Socorro. Hospital Sírio Libanês

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Publicado

2018-07-18

Edição

Seção

Artigos/Articles

Como Citar

Barbosa, J. A. B. A., & Arap, M. A. (2018). Escroto agudo: diagnóstico diferencia e tratamento. Revista De Medicina, 97(3), 278-282. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i3p278-282