Terapia de reposição hormonal no sexo masculino: evidências e controvérsias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i3p295-300

Palavras-chave:

Androgênios, Testosterona, Masculino, Envelhecimento, Terapia de reposição hormonal.

Resumo

A queda dos níveis séricos de testosterona em homens de idade avançada – conhecida como andropausa ou hipogonadismo tardio – pode ser responsável por vários aspectos no declínio da qualidade de vida de homens idosos: disfunção erétil, diminuição da libido, redução de força física e energia, sarcopenia, osteopenia, fadiga e até depressão. Muitos de tais sinais e sintomas representam as mesmas alterações habitualmente atribuídas ao processo de envelhecimento. Quando um paciente se apresenta com esses sintomas, deve-se suspeitar do diagnóstico de hipogonadismo, sendo recomendada a dosagem de níveis séricos de testosterona. Homens sintomáticos apresentando níveis séricos de Testosterona total abaixo de 300 ng/ml são candidatos a terapia de reposição de testosterona. Evidências atuais indicam que, quando selecionados corretamente, pacientes que recebem reposição de testosterona se beneficiam de melhora na libido, na função erétil, em qualidade de vida nos aspectos gerais e nos quesitos ligados à vida sexual, bem como na densidade óssea e no ganho de massa muscular. No entanto, pacientes com níveis fisiológicos de Testosterona que recebem hormônio exógeno, visando atingir níveis supra-fisiológicos, podem enfrentar efeitos colaterais graves tais como atrofia testicular e alterações comportamentais, como agressividade exacerbada. Deve-se notar que a reposição de testosterona, independentemente da idade e de níveis séricos hormonais pré-tratamento, leva a prejuízo na fertilidade masculina, um fenômeno que pode ser transitório ou persistente. Em pacientes que possuem desejo reprodutivo, a reposição direta de testosterona não deve ser indicada, devendo-se levar em consideração outras opções como o citrato de clomifeno, de ação central. O efeito da reposição de testosterona no risco de câncer de próstata e no risco cardiovascular é ainda controverso; homens com hipogonadismo que sabidamente possuem câncer de próstata ou alto risco vascular devem ser examinados individualmente de modo a terem seus riscos estratificados e mitigados.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Downloads

Publicado

2018-07-18

Edição

Seção

Artigos/Articles

Como Citar

Barbosa, J. A. B. A., & Cury, J. (2018). Terapia de reposição hormonal no sexo masculino: evidências e controvérsias. Revista De Medicina, 97(3), 295-300. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i3p295-300