A hiperhomocisteinemia como fator de risco cardiovascular: perspectivas atuais

Autores

  • Sérgio Luiz Brasileiro Lopes Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Departamento de Medicina
  • Heloísa Helena Maia Christovam Lopes Clínica Climatérium, Divisão de Cardiologia
  • Hélio Vannucchi Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Clínica Médica

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v89i1p1-11

Palavras-chave:

Homocisteína, Hiper-homocisteinemia, Aterosclerose, Doenças cardiovasculares, Fatores de risco

Resumo

 

 

A homocisteína, uma intermediária do metabolismo da metionina, é considerada, de forma ainda não consensual, como um fator de risco independente para cardiopatia isquêmica. Objetivando revisar a literatura, realizamos uma pesquisa bibliográfica acerca da associação entre a hiperhomocisteinemia e o risco cardiovascular. Conclusivamente, a hiperhomocisteinemia determina uma maior homocisteinilação protéica e molecular de LDL, induzindo o surgimento de auto-anticorpos específicos anti-proteína homocisteinilada, e o aumento dos níveis circulantes de LDL oxidada, com consequente incremento da propensão à ateromatose vascular. Essa associação parece depender, intrinsecamente, dos níveis séricos de dois importantes co-fatores envolvidos diretamente em seu metabolismo, o ácido fólico e a cobalamina. Indivíduos portadores de hiperhomocisteinemia têm reduzidos o risco cardiovascular e a mortalidade global se suplementados com esses co-fatores. Entretanto, essa ação benéfica parece estar restrita aos indivíduos que utilizam essas vitaminas como forma de prevenção primária, uma vez que, nos portadores de coronariopatia aterosclerótica sua utilização não conseguiu, na maioria dos estudos, minimizar a incidência de eventos isquêmicos ou a taxa de óbitos. Conclui-se que a hiperhomocisteinemia é um fator de risco independente para doença cardiovascular aterosclerótica, devendo, por isso, ser tratada precocemente, antes do desenvolvimento de sintomas isquêmicos, com a suplementação de ácido fólico e de cobalamina, objetivando o controle de seus níveis séricos e, consequentemente, do risco cardiovascular intrínseco. Esse controle clínico faz-se essencial principalmente naqueles indivíduos que, além da hiperhomocisteinemia, são portadores de outros fatores de risco clássicos para vasculopatia aterosclerótica.

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Biografia do Autor

  • Sérgio Luiz Brasileiro Lopes, Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Departamento de Medicina
    Professor Adjunto do Departamento de Medicina do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP.
  • Heloísa Helena Maia Christovam Lopes, Clínica Climatérium, Divisão de Cardiologia
    Coordenadora da Divisão de Cardiologia da Clínica Climatérium – Ribeirão Preto, SP.
  • Hélio Vannucchi, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Clínica Médica
    Professor Titular do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP.

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Publicado

2010-03-19

Edição

Seção

Aprendendo

Como Citar

Lopes, S. L. B., Lopes, H. H. M. C., & Vannucchi, H. (2010). A hiperhomocisteinemia como fator de risco cardiovascular: perspectivas atuais. Revista De Medicina, 89(1), 1-11. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v89i1p1-11