Hepatite fulminante: estudo dos fatores associados à mortalidade hospitalar de 100 pacientes priorizados para transplante de fígado

Autores

  • Adriana Rochetto Assalin Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
  • Estela Regina Ramos Figueira Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Gastroenterologia.
  • Joel Avancini Rocha Filho Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Gastroenterologia.
  • Telesforo Bacchella Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Gastroenterologia.
  • Rodrigo C. T. Surjan Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Gastroenterologia.
  • Eleazar Chaib Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Gastroenterologia.
  • Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Gastroenterologia.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v92i1p62-64

Palavras-chave:

Hepatite/mortalidade, Transplante de fígado, Mortalidade hospitalar.

Resumo

Introdução. A despeito dos avanços nos cuidados de terapia intensiva e no transplante de fígado (TF), a hepatite fulminante (HF) ainda hoje apresenta alta taxa de mortalidade. A identificação de fatores prognósticos de maior acurácia deve ajudar a otimizar a priorização dos pacientes em lista de espera para o TF. Objetivo. Avaliar fatores prognósticos de mortalidade hospitalar dos pacientes com HF priorizados para TF. Métodos. Foram estudados retrospectivamente 100 pacientes adultos (78 mulheres, idade média 35,5 ± 14,7 anos) com HF priorizados para TF, em um único centro, de fevereiro de 2002 a junho de 2011. O diagnóstico etiológico foi hepatite viral em 17% dos casos, medicamentosa em 29%, autoimune em 13%, criptogênica em 34% e outras causas em 7%. A indicação do TF foi determinada de acordo com os critérios de O’Grady. Foram avaliados: idade, sexo, etiologia, intervalo icterícia/encefalopatia, intervalo entre a priorização e o TF, grau de encefalopatia, tempo de internação, RNI, fator V, bilirrubina, creatinina, AST, ALT, lactato e Model for End-Stage Liver Disease (MELD). Todos os dados foram coletados do dia da priorização. Resultados. O intervalo entre a priorização e o TF foi de 1,5 dias (0 a 9) e o tempo de internação foi de 18 ± 27 dias. A mortalidade hospitalar foi de 69%. Os pacientes não sobreviventes apresentaram na priorização maior grau de encefalopatia [3 (1 a 4) vs. 2 (1 a 4)], MELD (41 ± 9 vs. 38 ± 7) e lactato (62,2 ± 45,2 vs. 33,9 ± 16,0 mg/dL) quando comparados com os sobreviventes (p<0,05). Dos 100 pacientes, 69% foram submetidos ao TF, os outros 31% morreram antes do TF. Os pacientes não transplantados apresentaram maior grau de encefalopatia [4 (1 a 4) vs. 3 (1 a 4)], MELD (44 ± 8 vs. 38 ± 8), lactato (78,4 ± 48,3 vs. 41,8 ± 30,6 mg/dL) e creatinina (2,60 ± 2,34 vs. 1,55 ± 1,54 mg/dL) quando comparados aos pacientes submetidos ao TF (p<0.05). Conclusão. No momento da priorização para o TF, os pacientes com HF que apresentam condição clínica mais grave, com encefalopatia graus 3 ou 4, insuficiência renal, escores mais elevados de MELD e lactato elevado, têm maior taxa de mortalidade hospitalar mesmo quando submetidos ao TF, indicando pior prognóstico.

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Biografia do Autor

  • Adriana Rochetto Assalin, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina
    Acadêmica de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Disciplina de Pesquisa Científica em Medicina - FAPESP 2011/22470-3. Trabalho recebeu o 2o lugar Prêmio Painel Área Cirúrgica - XXXI Congresso Médico Universitário da FMUSP - COMU 2012.
  • Estela Regina Ramos Figueira, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Gastroenterologia.

    Disciplina de Transplante de Órgãos do Aparelho Digestivo – Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade
    de São Paulo. 

  • Joel Avancini Rocha Filho, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Gastroenterologia.
    Disciplina de Anestesiologia, Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  • Telesforo Bacchella, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Gastroenterologia.
    Disciplina de Transplante de Órgãos do Aparelho Digestivo – Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade
    de São Paulo.
  • Rodrigo C. T. Surjan, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Gastroenterologia.
    Disciplina de Transplante de Órgãos do Aparelho Digestivo – Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade
    de São Paulo.
  • Eleazar Chaib, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Gastroenterologia.
    Disciplina de Transplante de Órgãos do Aparelho Digestivo – Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade
    de São Paulo.
  • Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Gastroenterologia.
    Professor Titular, Disciplina de Transplante de Órgãos do Aparelho Digestivo – Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade
    de São Paulo.

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Publicado

2013-03-20

Edição

Seção

Painéis - COMU

Como Citar

Assalin, A. R., Figueira, E. R. R., Rocha Filho, J. A., Bacchella, T., Surjan, R. C. T., Chaib, E., & D'Albuquerque, L. A. C. (2013). Hepatite fulminante: estudo dos fatores associados à mortalidade hospitalar de 100 pacientes priorizados para transplante de fígado. Revista De Medicina, 92(1), 62-64. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v92i1p62-64