Anamnese, exame clínico e exames complementares como testes diagnósticos

Autores

  • Isabela M. Benseñor Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v92i4p236-241

Palavras-chave:

Anamnese, Exames médicos/prevenção & controle, Exame físico, Testes diagnósticos de rotina.

Resumo

As principais ferramentas de que o médico dispõe para fazer o diagnóstico do paciente são anamnese e exame clínico. Hampton et al. em 1970 mostrou, em 80 pacientes ambulatoriais na Inglaterra que a anamnese isolada era responsável por 82,5% dos diagnósticos, exame clínico por mais 8,75% e exames complementares por mais 8,75%. Estudo realizado no HCFMUSP mostrou que a anamnese era responsável por 40,4% dos diagnósticos, exame clínico por mais 29,4% e exames complementares por mais 29,5%. O exame de laboratório ou de imagem, sempre traz informação sobre a sensibilidade e a especificidade do método; mas não se costuma ensinar a sensibilidade e a especificidade de dados de anamnese ou de manobras do exame clínico. Os resultados de um teste diagnóstico quando comparados a um padrão-ouro permitem a construção de uma table 2 x 2 com quatro possíveis interpretações dos resultados: (1) verdadeiro-positivo, quando positivo na presença da doença; (2) falso-positivo, se o teste revelar-se positivo em paciente sem doença; (3) verdadeiro-negativo, se o teste é negativo e o indivíduo não tem doença; (4) falso-negativo, se o teste é negativo na presença de doença. A partir desses dados pode-se calcular a sensibilidade, a especificidade, o valor preditivo positivo e negativo e as razões de verossimilhança positiva e negativa. A interpretação das informações coletadas na anamnese e no exame clínico como testes diagnósticos refina seu papel na investigação clínica em relação ao diagnóstico final. Os gastos com saúde são finitos e limitados ao orçamento público, e mesmo em um hospital terciário há restrições à realização desses exames causada pelo desbalanço entre demanda e capacidade de realização dos exames. A utilização desse tipo de ferramenta permite priorizar os pacientes que mais precisarão do exame complementar, e como consequência, leva a um melhor gerenciamento do sistema de saúde como um todo.

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Biografia do Autor

  • Isabela M. Benseñor, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina.
    Professora Associada da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

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Publicado

2013-12-21

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Benseñor, I. M. (2013). Anamnese, exame clínico e exames complementares como testes diagnósticos. Revista De Medicina, 92(4), 236-241. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v92i4p236-241