Novas características das endemias em centros urbanos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v79i1p27-31Palavras-chave:
Doenças endêmicas, Doença de Chagas, Transfusão de sangue, Aids.Resumo
A invasão desordenada de ecótopos naturais, a falta de controle de vetores biológicos de doenças infecciosas, as mudanças nas interações-hospedeiro-parasito em condição de imunodepressão e as alterações dos agentes infecciosos são alguns dos fatores relacionados a emergência de várias doenças infecto-parasitárias, entre as quais a dengue, a infecção por hantavírus, a leishmaniose, a tuberculose, a infecção por Trypanosoma cruzi. A migração de grandes contigentes populacionais do campo para as metrópoles propiciou a endemização de algumas doenças tipicamente de ambientes rurais como a Doença de Chagas. Estima-se que cerca de 60% de 5 000 000 de brasileiros infectados por Trypanosoma cruzi vivam em centros urbanos principalmente São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Como consequência da urbanização da endemia e do controle do principal vetor da doença no Brasil, Triatoma infestam, a transmissão por transfusão de sangue e hemoderivados adquiriu grande importância como mecanismo de perpetuação da moléstia no país.