Pré-eclampsia

Autores

  • Soubhi Kahhale Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo
  • Rossana Pulcineli Vieira Francisco Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo http://orcid.org/0000-0002-9981-8069
  • Marcelo Zugaib Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo http://orcid.org/0000-0003-1155-2671

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i2p226-234

Palavras-chave:

Pré-eclâmpsia, Pré-eclampsia/terapia, Gravidez.

Resumo

As síndromes hipertensivas são as complicações mais freqüentes na gestação e constituem, no Brasil, a primeira causa de morte materna, principalmente quando se instalam nas suas formas graves, como a eclampsia e a síndrome hellp. São ainda responsáveis por altas taxas de mortalidade perinatal, prematuridade e restrição de crescimento fetal. Compreendem duas entidades distintas, a hipertensão arterial crônica e a pré-eclampsia. Eventualmente a pré-eclampsia pode instalar-se em uma gestante hipertensa crônica, quadro denominado pré-eclampsia superajuntada. A pré-eclampsia tem etiologia desconhecida. Sua fisiopatologia relaciona-se com diminuição da perfusão placentária conseqüente a falha na invasão do trofoblasto nas artérias espiraladas. Como conseqüência há alteração da função endotelial, ativação do processo inflamatório, queda dos níveis de prostaglandinas e aumento da ação do tromboxano resultando em aumento da reatividade vascular. A expansão do volume plasmático é menor ou inexistente com aumento do hematócrito, diminuição do fluxo plasmático renal e alteração do sistema de coagulação. O fluxo útero-placentário está diminuído levando ao quadro de insuficiência placentária. A pré-eclampsia se caracteriza pelo aparecimento de hipertensão, com proteinúria e ou edema; ocorre após a 20ª semana de gestação e é predominantemente patologia da primigesta. Também são fatores predisponentes as gestantes com hipertensão arterial, diabéticas, doenças autoimunes, doenças do parênquima renal e aquelas com aumento da massa placentária como a gestação múltipla, gestação molar. Não é possível a prevenção da pré-eclampsia pelo desconhecimento de sua etiologia, podendo ser utilizada com tal finalidade a aspirina em dose baixa nos casos de alto risco. Uma vez diagnosticada a doença, o objetivo do tratamento é a prevenção das complicações materno-fetais como o descolamento prematura da placenta, acidente vascular cerebral, edema agudo de pulmão, insuficiência renal e o agravamento do quadro clínico para pré-eclampsia grave, síndrome hellp e eclampsia; para o lado fetal o parto prematuro e o desconforto respiratório do recém-nascido. O sulfato de magnésio é a droga de escolha para o controle das convulsões eclâmpticas O melhor tratamento para pré-eclampsia continua sendo o pré-natal correto, o diagnóstico e tratamento clínico precoce e o adequado momento para a interrupção da gestação que é o tratamento definitivo.

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Biografia do Autor

  • Soubhi Kahhale, Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo

    Prof. Associado, Livre Docente da FMUSP

  • Rossana Pulcineli Vieira Francisco, Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo

    Prof. Associado, Livre docente da FMUSP

  • Marcelo Zugaib, Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo

    Professor Titular do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP

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Publicado

2018-06-15

Edição

Seção

Artigos/Articles