O papel da neurocirurgia na doença de Parkinson

revisão de literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v99i1p66-75

Palavras-chave:

Doença de Parkinson, Neurocirurgia, Estimulação cerebral profunda, Cirurgia, Terapia

Resumo

Com o envelhecimento populacional e aumento da expectativa de vida, as demências aumentaram significativamente. O aumento da população idosa amplia também o número de doenças crônicas associadas ao envelhecimento, como as doenças neurodegenerativas. A doença de Parkinson é uma desordem crônica e progressiva do sistema nervoso central, especificamente dos núcleos da base, envolvendo a perda progressiva de neurônios dopaminérgicos da substância negra. É a segunda doença neurodegenerativa mais comum, ultrapassada apenas pela doença de Alzheimer. Estima-se que aproximadamente cinco milhões de pessoas no mundo possuam doença de Parkinson e cerca de 200 mil indivíduos no Brasil. O tratamento cirúrgico na doença de Parkinson é de suma importância para a melhora da qualidade de vida dos pacientes. O presente trabalho visa contribuir com futuras pesquisas que abordem novos tratamentos para a doença de Parkinson. O objetivo deste artigo é demonstrar através de ampla revisão de literatura a importância do tratamento cirúrgico na doença de Parkinson, abordando suas indicações, tipos e técnicas, complicações e impacto na qualidade de vida do paciente submetido ao tratamento em questão, através de revisão bibliográfica, descritiva e retrospectiva dos últimos vinte anos (1998 a 2018). Foram selecionados artigos nas bases de dados Lilacs, SciELO, PubMed, Cochrane e Medline, nas línguas portuguesa e inglesa. Os termos usados na busca foram relacionados ao tratamento cirúrgico da doença de Parkinson. As principais técnicas cirúrgicas utilizadas são a estimulação cerebral profunda com implante de eletrodo e a ablação estereotáxica. É fundamental que os profissionais de saúde conheçam as possibilidades cirúrgicas na doença de Parkinson, visto que o pós-operatório necessita de acompanhamento multidisciplinar.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Jemaila Maciel da Cunha, Universidade de Vassouras

    Universidade de Vassouras, Pró-reitoria de Ciências Médicas, Discente do Curso de Medicina.

  • Emílio Conceição de Siqueira, Universidade de Vassouras

    Universidade de Vassouras, Pró-reitoria de Ciências Médicas, Docente do Curso de Medicina. 

Referências

1. Galhardo MMAMC, Amaral AKFJ, Vieira ACC. Caracterização dos distúrbios cognitivos na doença de Parkinson. Rev CEFAC. 2009;11(l2):251-7. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462009000600015.
2. Rito M. Doença de Parkinson: instrumentos avaliativos. Arq Fisioter. 2006;1(2):27-45.
3. Soares GS, Peyré-Tartaruga LA. Doença de Parkinson e exercício físico: uma revisão da literatura. Ciên Mov. 2010;24:69-86. http://dx.doi.org/10.15602/1983-9480/cmbs.v12n24p69-85.
4. Bovolenta TM, Felício AC. O doente de Parkinson no contexto das Políticas Públicas de Saúde no Brasil. Einstein (São Paulo). 2016;14(3):7-9. doi: 10.1590/S1679-45082016ED3780.
5. Souza CFM, Almeida HCP, Sousa JB, Costa PH, Silveira YSS, Bezerra JCL. A doença de Parkinson e o processo de envelhecimento motor: uma revisão de literatura. Rev Neurocienc (São Paulo). 2011;19(4):718-723. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/8330.
6. Lopes LES, Carvalho MS, Freitas MM, Marques CSF, Souza Neto CM. Métodos terapêuticos para a doença de Parkinson disponíveis atualmente na neurociência. In: International Nursing Congress. Good practices of nursing representations in the construction of society. May 9-12, 2017. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/f912/d1cbe7d2f00af85dcad040e37eec71cf808a.pdf.
7. Valcarenghi RV, Alvarez AM, Santos SSC, Siewert JS, Nunes SFL, Tomasi AVR. O cotidiano das pessoas com a doença de Parkinson. Rev Bras Enferm. 2018;71(2):293-300. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0577.
8. Moreira CS, Martins KFC, Neri VC, Araújo PG. Doença de Parkinson: como diagnosticar e tratar. Rev Cient Fac Med Campos. 2007;2(2):19-29. Disponível em: http://www.fmc.br/revista/V2N2P19-29.pdf.
9. Saito TC. A doença de Parkinson e seus tratamentos: uma revisão bibliográfica [Monografia]. Londrina, PR: UniFil – Centro Universitário Filadelfia; 2011. p.36. Disponível em: https://web.unifil.br/pergamum/vinculos/000004/00000414.pdf.
10. Steidl EMS, Ziegler JR, Ferreira FV. Doença de Parkinson: revisão bibliográfica. Rev Eletronica Disciplinarum Scientia. 2007;8(1):115-29. Disponível em: https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumS/article/view/921/865.
11. Basto MA, Linhares P, Sousa AN, Rosas MJ, Garrett C, Mendes A, et al. A imagem na cirurgia da doença de Parkinson. Acta Med Port. 2003;16:135-40. Available from: https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/download/1174/826.
12. Brandão RS, Araújo G, Coimbra J. Doença de Parkinson – suas características fisiopatológicas sob as perspectivas dos profissionais da área da saúde. In: Anais Simpósio NIPPROMOVE, 2015. Disponível em: http://nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/documentos/artigos/6d4e8edcce78666091ae0a216d6acbc6.pdf.
13. Ferraz FP, Aguiar PMC, Ferraz HB, Bidó JO, Bouza AA, Andrade LAF. Talamotomia e palidotomia estereotáxica com planejamento computadorizado no tratamento da doença de Parkinson. Arq Neuropsiquiatr. 1998;56(4):789-97. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X1998000500014.
14. Chauhan A, Jeans AF. Is Parkinson’s disease truly a prion-like disorder? An appraisal of current evidence. Neurol Res Int. 2015;2015:345285. doi:10.1155/2015/345285.
15. Machado FM, Reppold CT. The effect of deep brain stimulation on motor and cognitive symptoms of Parkinson’s disease. Dement Neuropsychol. 2015;9(1):24-31. doi: 10.1590/S1980-57642015DN91000005.
16. Felicio AC. Doença de Parkinson: papel da neuroimagem molecular do transportador de dopamina nos casos de dúvida diagnóstica [Tese]. São Paulo: UNIFESP - Escola Paulista de Medicina; 2011. p.29. Disponível em: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/9342.
17. Deuschl G, Schade-Brittinger C, Krack P, Volkmann J, Schäfer H, Bötzel K, et al. A randomized trial of deep-brain stimulation for Parkinson’s disease. N Engl J Med. 2006 31;355(9):896-908. doi: 10.1056/NEJMoa060281.
18. Teixeira MJ, Fonoff ET. Neurosurgical treatment of movement disorders. Rev Med (São Paulo) 2004;83(1-2):1-16.
19. Hariz MI, Blomstedt P, Zrinzo L. Deep brain stimulation between 1947 and 1987: the untold story. Neurosurg Focus. 2010 Aug;29(2):E1. doi: 10.3171/2010.4.FOCUS10106.
20. Teixeira MJ, Fonoff E. Breve história da estereotaxia. Rev Med (São Paulo) 2004;83(12):50-53. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v83i1-2p50-53.
21. Yu H, Neimat JS. The treatment of movement disorders by deep brain stimulation. Neurotherapeutics. 2008;5(1):26-36. doi: 10.1016/j.nurt.2007.10.072.
22. Vilela Filho O, Silva DJ. Unilateral subthalamic nucleus lesioning - a safe and effective treatment for Parkinson`s disease. Arq Neuropsiquiatr. 2002;60(4):935-48. doi: 10.1590/s0004-282x2002000600010.
23. Schwalb JM, Hamani C. The history and future of deep brain stimulation. Neurotherapeutics. 2008;5(1):3-13. doi: 10.1016/j.nurt.2007.11.003.
24. Stewart HB. Deep brain stimulation. Neurol Clin Pract. 2012;67-71. doi: 10.1212/CPJ.0b013e31824c6cee.
25. Williams A, Gill S, Varma T, Jenkinson C, Quinn N, Mitchell R, et al. Deep brain stimulation plus best medical therapy versus best medical therapy alone for advanced Parkinson’s disease (PD SURG trial): a randomised, open-label trial. Lancet Neurol. 2010;9(6):581-91. doi: 10.1016/S1474-4422(10)70093-4.
26. Pinto RASR, Borges V, Aguiar PMC, Ferraz FAP, Hisatugo MKI, Ferraz HB. Avaliação das atividades da vida diária dos pacientes com doença de Parkinson submetidos a cirurgia estereotáxica. Arq Neuropsiquiatr. 2002;60(2-B):435-41. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2002000300018.
27. Ajaújo IS. Aplicações de técnica estereotáctica para a neurocirurgia molecular: uma revisão. Rev Bras Neurol. 2009;45(4):27-33. http://files.bvs.br/upload/S/0101-8469/2009/v45n4/a27-33.pdf.
28. Aguiar PMC, Feraz HB, Ferraz FP, Saba RA, Hisatugo MKI, Andrade LAF. Motor performance after posteroventral pallidotomy and vim-thalamotomy in Parkinson’s disease. Arq Neuropsiquiatr. 2000;58(3-B):830-5. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2000000500007.
29. Samuel M, Caputo E, Brooks DJ, Schrag A, Scaravilli T, Branston NM, et al. A study of medial pallidotomy for Parkinson’s disease: clinical outcome, MRI location and complications. Brain. 1998;121:59-75. Doi: 10.1093/brain/121.1.59.
30. Rodriguez-Oroz MC, Zamarbide I, Guridi J, Palmero MR, Obeso JA. Efficacy of deep brain stimulation of the subthalamic nucleus in Parkinson’s disease 4 years after surgery: double blind and open label evaluation. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2004;75(10):1382-5. doi: 10.1136/jnnp.2003.031294.
31. Schuepbach WMM, Rau J, Knudsen K, Volkmann J, Krack P, Timmermann L, et al. Neurostimulation for Parkinson’s disease with early motor complications. N Engl J Med. 2013;368(7):610-22. doi: 10.1056/NEJMoa1205158.
32. Limousin P, Speelman JD, Gielen F, Janssenset M, et al. Multicentre european study of thalamic stimulation in parkinsonian and essential tremor. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1999;66:289-96. doi: 10.1136/jnnp.66.3.289.
33. Weaver FM, Follett K, Stern M, Hur K, Harris C, Marks WJ, et al. Bilateral deep brain stimulation vs best medical therapy for patients with advanced Parkinson disease: a randomized controlled trial. JAMA. 2009;301(1):63-73. doi: 10.1001/jama.2008.929.

Publicado

2020-02-03

Edição

Seção

Artigos de Revisão/Review Articles

Como Citar

Cunha, J. M. da, & Siqueira, E. C. de. (2020). O papel da neurocirurgia na doença de Parkinson: revisão de literatura. Revista De Medicina, 99(1), 66-75. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v99i1p66-75