Escroto agudo: diagnóstico diferencia e tratamento
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i3p278-282Palavras-chave:
Escroto, Escroto/diagnóstico por imagem, Torção do cordão espermático, Orquite.Resumo
Escroto agudo (EA) é uma síndrome caracterizada por dor escrotal aguda, frequentemente acompanhada por edema escrotal e outros sinais e sintomas locais e sistêmicos. EA pode ser a apresentação inicial de diversas doenças, incluindo torção testicular, orquite, epididimite, torção de hidátide, hérnia inguinal estrangulada e, menos frequentemente, hematoma escrotal e tumor testicular. No contexto de serviços de urgência, o examinador deve ser cauteloso quanto à possibilidade de torção testicular. Essa condição consiste na torção do cordão espermático, levando a interrupção de fluxo sanguíneo, com isquemia e finalmente necrose tecidual. Torção testicular está associada a dor intensa, náusea, alteração do reflexo cremastérico e elevação do testículo, sendo essas variáveis identificadas na história e no exame físico. No entanto, a ultrassonografia escrotal com Doppler frequentemente é necessária para complementação diagnóstica. O exame de ultrassom revela redução ou parada do fluxo sanguíneo para o testículo afetado; nesses casos, o tratamento cirúrgico está indicado e deve ser instituído com a maior brevidade possível, já que um atraso superior a 6 horas pode resultar em perda do órgão. A cirurgia consiste em orquidopexia bilateral em caso de testículo viável; nos casos em que o testículo sofre necrose, este deve ser removido, porém o testículo contralateral deve ser fixado para prevenir novos episódios. Um diagnóstico diferencial da torção tesiticular é a orquiepididimite, que pode ser de etiologia viral na infância e frequentemente bacteriana após o início da atividade sexual. O sinal mais específico para o diagnóstico de orquiepididimite é o alívio da dor com a elevação manual do testículo, conhecido como sinal de Prehn. O tratamento da doença bacteriana requer antibióticos, enquanto os casos de etiologia viral requerem somente sintomáticos. A torção de hidátide, que inclui torção do apêndice testicular ou do apêndice epididimal, pode simular o quadro clínico da torção testicular, porém ao ultrassom com Doppler, o fluxo sanguíneo está preservado e um apêndice torcido frequentemente é encontrado. O tratamento para essa condição requer somente controle sintomático.Downloads
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Publicado
2018-07-18
Edição
Seção
Artigos/Articles
Como Citar
Barbosa, J. A. B. A., & Arap, M. A. (2018). Escroto agudo: diagnóstico diferencia e tratamento. Revista De Medicina, 97(3), 278-282. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i3p278-282