Estado atual do transplante renal no Brasil e sua inserção no contexto mundial

Autores

  • Affonso Piovesan Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP Hospital Sirio Libanês
  • William Carlos Nahas Divisao de Urologia, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP http://orcid.org/0000-0002-7395-8370

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i3p334-339

Palavras-chave:

Transplante de rim, Transplante de rim/estatística & dados numéricos, Transplante de rim/legislação & jurisprudência, Sistemas de saúde/legislação & jurisprudência, Legislação como assunto, Estatística como assunto, Brasil/epidemiologia.

Resumo

Comparado aos demais países do mundo, o Brasil ocupa o segundo lugar em número de transplantes renais por ano. Considerando, entretanto, suas dimensões continentais, quando se analisa o número de transplantes por milhão de população, ocupa apenas o trigésimo terceiro lugar. Muitos fatores contribuem para este fato. A legislação que regulamenta doação de órgãos e transplantes no Brasil é bastante recente e foi criada com quase 10 anos de atraso quando comparado com outros países que ocupam primeiras posições na lista de efetividade de sistemas de captação. Uma enorme heterogeneidade na distribuição regional de centros de transplantes com cerca de 25% dos estados brasileiros com atividade mínima ou nula em termos destes procedimentos é também motivo de preocupação. Observa-se uma baixa efetividade dos mecanismos de procura de órgãos com índices de notificação de potenciais doadores falecidos muito baixos na maior parte do país. O pouco conhecimento da população sobre o conceito e segurança do diagnóstico de morte encefálica e do processo de doação, fazem com que, apesar do uso de critérios bastante rigorosos para este diagnóstico, a principal causa da não conversão de doador potencial para doador efetivo, seja a recusa familiar. Em termos de sobrevida do enxerto e do paciente, os índices brasileiros são comparáveis a centros norte americanos e europeus. A taxa de sobrevida de cinco anos do enxerto é de 86% para doador vivo e 73% para falecido. A sobrevida de cinco anos é de 94% para receptores de rins de doador vivo e de 86% para doador falecido. Enquanto países europeus e os Estados Unidos procuram por estratégias alternativas para aumentar o número de transplantes renais como o uso de doadores em parada cardíaca ou a realização de transplantes ABO incompatíveis, o Brasil parece ter muito a progredir simplesmente investindo em estratégias para tornar o atual modelo mais eficiente.

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Biografia do Autor

  • Affonso Piovesan, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP Hospital Sirio Libanês
    Hospital das Clinicas HCFMUSP,  Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, BR. Núcleo de Urologia do Hospital Sirio Libanês. Corpo Clínico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
  • William Carlos Nahas, Divisao de Urologia, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP

    Divisão de Urologia, Hospital das Clínicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina FMUSP, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, Brasil. Professor Titular de Urologia. 

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Publicado

2018-07-18

Edição

Seção

Artigos/Articles

Como Citar

Piovesan, A., & Nahas, W. C. (2018). Estado atual do transplante renal no Brasil e sua inserção no contexto mundial. Revista De Medicina, 97(3), 334-339. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i3p334-339