Técnicas minimamente invasivas para o tratamento da hiperplasia prostática benigna

Autores

  • João Arthur Brunhara Alves Barbosa Divisao de Urologia, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP http://orcid.org/0000-0001-9646-8588
  • Alberto Azoubel Antunes Divisao de Urologia, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i3p314-319

Palavras-chave:

Hiperplasia prostática, Próstata, Procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos.

Resumo

A hiperplasia prostática benigna (HPB) ocorre em até 80% dos homens acima de 70 anos. A prevalência da HPB aumenta com a idade, desde aproximadamente 25% dos homens com menos de 50 anos até 90% na oitava década de vida. Opções de tratamento para os sintomas de trato urinário inferior (STUI) secundários à HPB, por muito tempo, foram restritos a terapia medicamentosa e, na falência desta, tratamento cirúrgico. No entanto, as cirurgias prostáticas são associadas a riscos com sangramento, necessidade de transfusão, além da quase onipresente disfunção ejaculatória pós-operatória. Diversas técnicas novas e minimamente invasivas para tratamento da HPB surgiram nos últimos anos. Comum a todos esses métodos são um perfil de segurança favorável, porém com taxas de sucesso e de melhora clínica variáveis, mas frequentemente inferiores às encontradas nas técnicas cirúrgicas clássicas. Os pacientes que mais se beneficiam dessas técnicas novas são aqueles que não desejam passar por cirurgia; que possuem alto risco cirúrgico, além dos que desejam evitar a ejaculação retrógrada quase sempre presente após cirurgia aberta ou ressecção endoscópica da próstata. Dispositivos mecânicos como o TIND (Temporary implantable nitinol device, ou dispositivo temporário implantável de nitinol) e Urolift parecem oferecer resultados satisfatórios com um perfil de segurança amplamente favorável. A persistência da melhora dos sintomas é ainda questionável, uma vez que esses métodos ainda não contam com um seguimento superior a 5 anos. Também deve ser ressaltado que esses métodos podem ter sua performance limitada em próstatas excepcionalmente grandes. Em especial, o Urolift não deve ser indicado em pacientes com um lobo mediano proeminente ou com próstatas de peso estimado superior a 100 gramas. De forma semelhante, novas técnicas para ablação tecidual, como a ablação com energia convectiva de vapor de água, parecem oferecer resultados promissores e seguros, porém também com seguimento limitado. A embolização de artérias prostáticas é um outro procedimento seguro e uma opção para pacientes que não estejam aptos, pelo alto risco, a passar por cirurgias convencionais, com resultados de curto e médio prazo satisfatórios, porém também desconhecidos ao longo prazo.

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Biografia do Autor

  • João Arthur Brunhara Alves Barbosa, Divisao de Urologia, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP
    Divisão de Urologia, Hospital das Clínicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina FMUSP, Universidade de São Paulo.

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Publicado

2018-07-18

Edição

Seção

Artigos/Articles

Como Citar

Barbosa, J. A. B. A., & Antunes, A. A. (2018). Técnicas minimamente invasivas para o tratamento da hiperplasia prostática benigna. Revista De Medicina, 97(3), 314-319. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i3p314-319