Apoptose e sistema complemento: mecanismos participantes da neurodegeneração na doença de Huntington
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v80i2-4p63-70Palavras-chave:
Doença de Huntington/genética, Doença de Huntington/patologia, Doenças neurodegenerativas/ diagnóstico, Neurônios/patologia, Complemento/análise, Apoptose/genéticaResumo
A doença de Huntington (DH) é uma patologia neurodegenerativa de herança autossômica dominante, que,
geralmente, tem início nas terceira e quarta décadas de vida. Atinge homens e mulheres na mesma proporção, sendo maior sua prevalência em populações com ascendência da Europa Ocidental. As manifestações clínicas são progressivas
e abrangem distúrbios de movimentos (como coréia), demência e alterações da personalidade. A característica
anatomopatológica mais marcante é a atrofia cerebral, que predomina nas estruturas do corpo estriado (putâmen, globo
pálido e núcleo caudado). Estudos realizados em indivíduos portadores de DH levaram à descoberta e caracterização
da proteína huntingtina (HDa), de papel fisiológico desconhecido. Devido a uma mutação, o gene IT-15, localizado no cromossomo 4, passa a codificar a HDa alterada, que possui expansão da poliglutamina em sua extremidade N-terminal. Por mecanismos ainda desconhecidos, esta HDa mutante é apontada como provável fator de indução da neurodegeneração. Têm-se atribuído como causa das manifestações clínicas a ocorrência de apoptose e a ativação do Sistema Complemento, sendo que ambas levam à morte neuronal. Este levantamento bibliográfico tem como objetivo estudar as recentes hipóteses sobre os mecanismos envolvidos na neurodegeneração da DH, bem como o impacto destes no desenvolvimento de futuros tratamentos.