O pensamento eugênico e a imigração no Brasil (1929-1930)

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2019.142881

Palavras-chave:

Eugenia, Imigração, Congresso de Eugenia., História da Ciência

Resumo

Este artigo pretende realizar um estudo sobre o discurso eugênico no Brasil, explorando o conceito de imigração fortemente debatido pelo pensamento dos eugenistas brasileiros. O trabalho teve como objetivo a análise de duas fontes primárias: o Primeiro Congresso Brasileiro de Eugenia (1929) e o Boletim de Eugenia (1929-1930) para analisar o que era pensado sobre a imigração. A princípio será discutido o surgimento do movimento eugênico e a sua trajetória no panorama internacional com foco no seu desenvolvimento dentro da sociedade brasileira do início do século XX. Também serão explicadas algumas vertentes científicas eugênicas que foram utilizadas no país. Em seguida, a pesquisa discorrerá sobre a história da imigração relacionando-a com as políticas raciais que os eugenistas brasileiros propunham, sobretudo com relação as discussões de Antônio José do Azevedo Amaral (1881-1942), apresentadas no Primeiro Congresso de Eugenia (1929). O estudo demostra como o pensamento eugênico influenciou a intelectualidade nacional, promovendo uma série de propostas para as políticas públicas. Também reflete a preocupação dos intelectuais em investir em leis que barrassem a entrada de todos os indivíduos não-brancos - principalmente negros e nipônicos - no país, justificando essa escolha no melhoramento e no progresso da nação brasileira.

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Biografia do Autor

  • Dayana de Oliveira Formiga, Universidade de São Paulo
    Doutoranda em História Social da Ciência pela Universidade de São Paulo (USP) e Professora do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP).
  • Charles Aparecido Silva Melo, Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-EC)

    Graduado em História pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo.

  • Ana Beatriz Rodrigues de Paula, Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP)

    Graduada em História pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo.

Referências

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2019-09-11

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