Identidades entre som e barro

a zabumba Mestre Vitalino e o pífano no Alto do Moura

Autores

  • Marília Paula dos Santos Universidade Federal da Paraíba - UFPB - (último vínculo - 2017)

DOI:

https://doi.org/10.11606/rm.v19i2.164376

Palavras-chave:

Zabumba Mestre Vitalino, Pífano, Alto do Moura, Caruaru, Música e Identidade

Resumo

O pífano e o barro estão muito presentes em Caruaru. O primeiro, relacionado com as festas juninas e o forró. O segundo, pela difusão que recebeu através de Vitalino. Este era artesão e pifeiro. Para continuar o legado do Mestre, sua família, junto com João do Pife, fundou a Zabumba Mestre Vitalino. Este artigo tem como objetivo compreender como acontece a construção identitária que relaciona a sonoridade do pífano com a produção da arte figurativa do barro no Alto do Moura, com foco na Zabumba Mestre Vitalino. Entrevistamos alguns membros da família de Vitalino e observamos momentos em que a Zabumba tocou, pois a música é constituída pelo ambiente no qual está inserida. Desta maneira, utilizamos a Etnomusicologia e os Estudos Culturais como aporte teórico. A maior parte das informações foi obtida durante o trabalho de campo realizado para o “Inventário do ofício dos artesãos e artesãs do barro do Alto do Moura – Caruaru – PE”

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Biografia do Autor

  • Marília Paula dos Santos, Universidade Federal da Paraíba - UFPB - (último vínculo - 2017)

    Mestra em Música, com área de concentração em Etnomusicologia, pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB (2017). Graduada em Música, com láurea acadêmica, pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (2014), e em Letras, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru - FAFICA (2008). Integrou, como clarinetista, a Banda Sinfônica do Conservatório Pernambucano de Música (CPM). Foi componente do grupo Bellas Marias. Iniciou sua experiência como Educadora Musical realizando trabalho voluntário em uma ONG. Na UFPE, participou de atividades de extensão que envolviam o ensino da música a partir da clarineta, sob a orientação do professor Dr. Jailson Raulino. Participou do grupo de pesquisa Formação e Atuação Profissional de Professores de Música, no qual desenvolveu uma pesquisa de Pibic, orientada pela professora Dr.ª Cristiane Galdino, com a qual foi premiada. Integrou a equipe que criou o I Simpósio de Pesquisa em Música da UFPE. No mestrado, sob a orientação do professor Dr. Carlos Sandroni, desenvolveu uma pesquisa sobre música nordestina/pernambucana, os Ecos Armoriais. Integrou a equipe multidisciplinar de pesquisa do Inventário do Ofício dos Artesãos e Artesãs do Barro do Alto do Moura - Caruaru - PE, exercendo a função de pesquisadora/etnomusicóloga, sendo responsável pelo registro das expressões relacionadas à atividade do barro no local, como mazurca, bandas de pífanos, sanfoneiros, poetas/isas, compositores, bacamarteiros/as, reisado, etc. Também escreve poesias, que dialogam com uma natureza nordestina e desenvolve trabalhos sobre gêneros/corpos/mulheres/feminismos. Seus interesses de pesquisa estão voltados principalmente para Música, Cultura e Identidade (relação da música com lugares, espaços, gêneros, outras artes), Música, Cérebro e Neurociências (preferência musical, percepção musical, performance, indústria criativa, mídia, corpos) e Processos de Aprendizagem.

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Publicado

2019-12-19

Como Citar

Identidades entre som e barro: a zabumba Mestre Vitalino e o pífano no Alto do Moura. (2019). Revista Música, 19(2), 65-85. https://doi.org/10.11606/rm.v19i2.164376