O uso da música para a regulação do estado de ânimo no período pós-COVID-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/rm.v20i2.180074

Palavras-chave:

Música, Estado de ânimo, Emoção, COVID-19, Sars-CoV-2

Resumo

A música tem sido apontada na literatura científica como um meio eficaz para a regulação do estado de ânimo. Partindo dessa premissa, buscamos nessa revisão apresentar com clareza a concepção sobre estado de ânimo, abordando os seus tipos e a sua relação com a música. Para tanto, foi realizada uma ampla pesquisa bibliográfica junto a publicações nacionais e internacionais de maior impacto. Além disso, buscou-se também contextualizar essa discussão considerando os impactos psicológicos negativos causados pela pandemia da COVID-19. Assim, observamos que existem certos tipos de música que tem demonstrado uma capacidade interessante para induzir estados de ânimo positivos, tais como o dance, a música clássica e o rap. Ademais, a literatura sugere que a participação em atividades de escuta ou performance musicais, tanto individual ou coletivamente, podem favorecer a redução de emoções negativas (como ansiedade e depressão) e, consequentemente, melhorar o estado de ânimo. Portanto, essas evidências indicam que a música pode ser concebida como um importante meio para combater os impactos psicológicos causados pela pandemia. Com isso, espera-se que esse estudo possa incentivar e contribuir para o desenvolvimento de novos estudos acerca da relação entre música e humor.

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Biografia do Autor

  • João Fortunato Soares-Quadros Junior, Universidade Federal do Maranhão

    Pós-Doutorado pela Universidad de Granada (Espanha). Doutorado Internacional e Mestrado em Educação Musical pela Universidad de Granada. Mestrado em Música pela UFBA. Licenciatura em Artes (ênfase em Música) pela UNIMONTES. Professor Adjunto do Departamento de Música e do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Ensino da Educação Básica da UFMA. Professor colaborador do Mestrado Oficial em Educação Musical da Universidad de Granada. Coordenador de Convênios e Parcerias Internacionais da Diretoria de Internacionalização da AGEUFMA. Coordena desde 2016 o Grupo de Estudos e Pesquisa Arte, Cultura e Educação (GEPACE). Coordena e integra projetos de cooperação internacional com Universidades da Espanha, Estados Unidos, Colômbia, Equador e Israel. Autor de diversos artigos publicados em revistas nacionais e internacionais indexadas nas bases de dados SSCI, Scopus, Scielo e Latindex, além de livros e capítulos de livros. É membro do conselho assessor internacional da Revista Eufonía (Espanha). Tem atuado como revisor de importantes periódicos nacionais e internacionais, tais como Psychology of Music, Društvena istraživanja, Latin American Research Review, Revista da ABEM e OPUS.

  • Carmen María Román-Torres, Universidad de Granada

    Mestre em Educação Musical pela Universidad de Granada (Espanha). Licenciada em Música pela Universidad de Granada (Espanha). Autora de artigos publicados em livros e congressos no Brasil e na Espanha. 

  • Alberto Joaquim Gouveia Diniz Neto, Universidade Federal do Maranhão

    Psicólogo, graduado pela Universidade Federal do Maranhão. Bolsista voluntário no Programa de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIB no período de 2018-2020. Membro fundador e presidente da Liga Acadêmica de Psicologia Escolar e Educacional - LAPEE. Coordenador discente do Projeto Regule-se: um programa de intervenção em universitários. Autor de trabalhos publicados nos temas da Psicologia e Comunicação, Psicologia Escolar e Avaliação Psicológica.

  • Ivo Freitas Santana, Universidade Federal do Maranhão

    Graduando no Curso de Música - Licenciatura pela Universidade Federal do Maranhão. Bolsista PIBIC entre os anos 2017 e 2020. Curso técnico/profissionalizante em andamento em Guitarra Elétrica na Escola de Música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo. Curso técnico/profissionalizante pelo Instituto Cultural para Educação Nacional de Artes – INCENA.

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Publicado

2020-12-20

Como Citar

O uso da música para a regulação do estado de ânimo no período pós-COVID-19. (2020). Revista Música, 20(2), 397-416. https://doi.org/10.11606/rm.v20i2.180074