Valores Inscritos na Canção Popular

Autores

  • Luiz Tatit Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/rm.v6i1/2.59125

Resumo

O poder de persuasão e de interpretação da canção popular, tão analisado em seus entornos antropo-culturais e mercadológicos, possui também uma face estético-gramatical inscrita no próprio ato de composição. Produzir canções significa produzir compatibilidades entre textos e melodias - aos quais se agregam recursos musicais de toda ordem - de modo a configurar um sentido coeso. Como ocorre em geral com as linguagens estéticas, ou sistemas semi-simbólicos, a canção também se investe contra a famigerada arbitrariedade do signo saussuriano, buscando uma remotivação das relações entre plano da expressão e plano do conteúdo em suas respectivas progressões discursivas. Tentativa legítima de obter em processo o que não possui em sistema. Ao mesmo tempo que a compatibilidade entre texto e melodia é apreendida sem qualquer esforço pelo ouvinte, sua explicação em termos descritivos exige um meticuloso trabalho de abstração, que compreende a identificação das categorias comuns responsáveis pela articulação dos conteúdos do texto e dos segmentos melódico-musicais. Felizmente, a fruição do ouvinte não depende de análise.

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Biografia do Autor

  • Luiz Tatit, Universidade de São Paulo
    Professor no Departamento de Lingüística da FFLCH da Universidade de São Paulo

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Publicado

1995-12-23

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Valores Inscritos na Canção Popular. (1995). Revista Música, 6(1-2), 190-202. https://doi.org/10.11606/rm.v6i1/2.59125