Antibrasilianismo: doença infantil da historiografia brasileira

Autores

  • José Carlos Sebe Bom Meihy Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i112p129-142

Palavras-chave:

brasilianismo, antibrasilianismo, historiografia, relações Brasil-Estados Unidos

Resumo

O presente artigo aborda a produção dos intelectuais norte-americanos que pesquisam o Brasil em diversos campos do conhecimento. De modo geral, os chamados brasilianistas têm sido vistos como “intrusos”, e sobre eles pesa uma rejeição que compromete a análise desse conjunto de pesquisadores segundo os fundamentos da cultura universitária norte-americana. O desconhecimento do contexto daquela produção tem provocado visões que refletem um nacionalismo acadêmico que merece críticas a partir do uso insistente de determinadas práticas conhecidas como “antibrasilianismos”. Pensando em termos historiográficos, essa perspectiva pode ser assumida como uma doença infantil que toma conta da percepção de alguns autores brasileiros que se dizem especialistas no assunto. 

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Biografia do Autor

  • José Carlos Sebe Bom Meihy, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.

    é professor aposentado do Departamento de História da FFLCH-USP

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Publicado

2017-04-07

Edição

Seção

Dossiê americanistas

Como Citar

Antibrasilianismo: doença infantil da historiografia brasileira. (2017). Revista USP, 112, 129-142. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i112p129-142