Criação e degenerescência do ensino jurídico

Autores

  • Miguel Reale Júnior Universidade de São Paulo. Faculdade de Direito

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i100p87-96

Palavras-chave:

ensino jurídico, faculdades de direito no Brasil, história do ensino jurídico, proliferação dos cursos jurídicos, ensino participativo

Resumo

Trata-se de estudo sobre a relação entre a história das faculdades de direito e a insuficiência do estudo jurídico no país. Análise do sentido das primeiras faculdades de direito no século XIX como importantes centros políticos e de formação da burocracia. Aprendizado na faculdade e não pela faculdade. Ausência de mentalidade de pesquisa e reclamo contínuo de insuficiência na formação acadêmica dos estudantes. E assim, até a década de 70. Desde então, o ensino jurídico sofre a inflação de vagas discentes no sistema, sem que haja correspondência qualitativa de docentes. Além disso, o preparo dos alunos que ingressam no sistema educacional superior é extremamente falho, e não permite o bom desenvolvimento do curso.

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Biografia do Autor

  • Miguel Reale Júnior, Universidade de São Paulo. Faculdade de Direito

    Professor titular de Direito Penal da Faculdade de Direito da USP, membro da Academia de Legislación y Jurisprudencia da Espanha, membro honorário do Colegio de Abogados da Argentina e membro da Academia Paulista de Letras.

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Publicado

2014-02-18

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

REALE JÚNIOR, Miguel. Criação e degenerescência do ensino jurídico. Revista USP, São Paulo, Brasil, n. 100, p. 87–96, 2014. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.v0i100p87-96. Disponível em: https://revistas.usp.br/revusp/article/view/76171.. Acesso em: 25 abr. 2024.