Álcool e direção veicular

Autores

  • Maria Helena P. de Mello Jorge Universidade de São Paulo
  • Flávio Emir Adura Associação Brasileira de Medicina de Tráfego

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i96p23-36

Palavras-chave:

álcool, direção veicular, acidentes de trânsito.

Resumo

A partir dos padrões de consumo doálcool no Brasil, o trabalho analisa o problema do risco que representa paraa direção veicular. Mostra como, onde epor que o álcool interfere no ato de dirigire apresenta resultados de investigações que comprovam a influência nefasta que exerce nas vítimas de acidentes de trânsito. Analisa aspectos relativos aoslimites de tolerância do álcool no sanguee conclui pela pertinência da chamada Lei Seca, que, segundo pesquisas, mostrou ser eficaz no sentido de fazer diminuir osnúmeros relativos à mortalidade, às internações hospitalares, ao resgate de vítimasde acidentes de trânsito feito pelo Samu.Em razão dos achados, apresenta, como recomendação final, o estabelecimento de políticas públicas em defesa da sociedade que, por se sobreporem ao interesse individual, devem ser incentivadas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Maria Helena P. de Mello Jorge, Universidade de São Paulo

    Professora associadada Faculdade de Saúde Pública e professora sênior da Universidade de São Paulo.

  • Flávio Emir Adura, Associação Brasileira de Medicina de Tráfego
    Diretor científico da Associação Brasileirade Medicina de Tráfego (Abramet).

Referências

ABRAMET – Associação Brasileira de Medicina no Tráfego. F. E. Adura et al. Alcoolemia e Direção Veicular Segura, 2008. Disponível em: http://www.projetodiretrizes.org.br/8_volume/03-Alcoolemia.pdf.

ADURA, F. E. Medicina de Tráfego. São Paulo, Abramet, 2011.

AMERATUNGA, S. et al. “Rood Traffic Injuries: Confronting Disparities to Address a Global Health Problem”, in Lancet, 367, 2006, pp. 33-40.

ANDRADE, S. M. et al. “Comportamento de Risco para Acidentes de Trânsito: Um Inquérito entre Estudantes de Medicina na Região Sul do Brasil’, in RAMB, 49(4), 2003, pp. 439-44.

BABOR, T. et al. Alcohol no Ordinary Commodity. Research and Public Policy. Oxford Univ. Press, 2003.

BARROS, M. B. A. et al. “Perfil do Consumo de Bebidas Alcoólicas: Diferenças Sociais e Demográficas no Município de Campinas, Estado de São Paulo, 2003”, in Epidemiol. e Serv. Saúde, Brasília, 17(4), 2008, pp. 259-70.

BURGER, M. et al. Alcohol Consumption and its Relation to Cardiovascular Risk Factores in Germany European Journal of Clinical Nutrition, 59(4), 2004, pp. 605-14.

CAMPOS, V. R. et al. “Prevalência do Beber e Dirigir em Belo Horizonte, MG, Brasil”, in Cad. Saúde públ. Rio de Janeiro, 24(4), abril 2008, pp. 829-34.

CARLINI, E. A. et al. II Levantamento Nacional sobre o Uso de Psicotrópicos em Estudantes do 1o e 2o Graus, 1989. São Paulo, Cebrid, EPM, 1990.

CARLINI-COTRIN, B. et al. “O Uso das Drogas Psicotrópicas por Estudantes do 1o e 2o Graus da Rede Estadual em Dez Capitais Brasileiras, 1987”, in Ministério da Saúde. Consumo de Drogas Psicotrópicas no Brasil, 1987. Brasília, Centro de Documentação do MS, 1989 (Série C: Estudos e Projetos, 5).

CARVALHO, H. M. B. Violência Contra Crianças e Adolescentes em Fortaleza, CE. Tese de doutorado. São Paulo, FSP-USP, 2010.

CHABUR, J. E. et al. “Trastorno de Personalidad Antisocial en Condenados por Homicidio en Pereira, Colombia”, in Investigación em Salud, v. 4(2), 2002.

DEXTRE, J. C. et al. Vias Humanas: un Enfoque Multidisciplinario y Humano de la Seguridad Vial. Lima, Pontifícia Universidad Católica de Peru, 2008.

DINH-ZARR, T. et al. “Interventions for Preventing Injuries in Problem Drinkers”, in Cochrane Review Cochrane Library, I, 2006. Disponível em: http:/www.3. interscience.wiley.com/cgibin/mrwhome/106568753/HOME? CRETRY= I & SRETRY=0.

DUAILIBI, S. et al. “The Effect of Restricting Opening Hours on Alcohol-related Violence”, in Am. J. Public Health, 97, 2007, pp. 2.276-80.

DUARTE, P. C.; CARLINI-COTRIN, B. “Álcool e Violência: Estudo dos Processos de Homicídio nos Tribunais do Júri de Curitiba, PR, entre 1995 e 1998”, in J. Bras. Dep. Quím., I(1), 2000, pp. 17-25.

EXUM, M. L. “The Application and Robustness of the Rational Choice Perspective in the Study of Intoxicated and Angry Intentions to Aggress”, in Criminology, 40, 2002, pp. 933-66.

FELL, J. C.; VOAS, R. B. “The Effectiveness of Reducing Illegal Blood Alcohol Concentration (BAC) Limits for Driving: Evidence for Lowering the Limit to .05 BAC”, in J. Safety Res., 37, 2006, pp. 233-43.

GALDINO, M. K. C. et al. “The Effect of Alcohol Ingestion on Visual Perception. Systematic Review”, in Neurobiologia, 73 (4), 2010, pp. 151-61.

GALDURÓZ, F. C. F. et al. I Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas: Estudo Envolvendo as 24 Maiores Cidades do Estado de São Paulo, 1999. São Paulo, Cebrid, Unifesp, 2002.

. “Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil: Pesquisa Domiciliar Envolvendo as 107 Maiores Cidades do país, 2001”, in Rev. Latino-americana de Enfermagem, 13 (número especial), 2005, pp. 888-95.

GAWRYSZEWSKI, V. P. et al. “Perfil dos Atendimentos em Acidentes de Transporte Terrestre por Serviços de Emergência em São Paulo, 2006”, in Rev. Saúde Públ., 43(2), 2009, pp. 275-82.

GAZAL-CARVALHO C. Alcoolemia nas Vítimas de Causas Externas Atendidas em um Centro Urbano de Atenção ao Trauma. Tese de doutorado, São Paulo, FM-USP, 2002.

GRAUNT, J. Natural and Political Observations Made Upon the Bills of Mortality. Cit. por R. Laurenti, “Análise de Informação em Saúde: 1893-1993. Cem Anos de Classificação Internacional de Doenças”, in Rev. Saúde Públ. , 25(6), São Paulo, 1991, pp. 407-17.

GREENFELD, L. A.; HENNEBERG M. A. “Victim and Offender Self-reports on Alcohol Involvement in Crime”, in Alcohol and Aggresion. Alcohol Research & Health, v. 25 (1), 2001, pp. 43-51.

HARRISON, E. L.; FILLMORE, M. T. “Alcohol and Distraction Interact to Impair Driving Performance”, in Drug Alcohol Depend, 117 (1), 2011, pp. 31-37.

HENG, K. et al. “Moderate Alcohol Intake and Motor Vehicle Crashes: the Conflict Between Health Advantage and at-Risk Use”, in Alcohol, 41, 2006, pp. 451-4.

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Aglomerações Urbanas. Brasília, Ipea/ANTP, 2004.

KOIZUMI, M. S. et al. “Alcoolemia e Mortalidade por Acidentes de Trânsito no Município de São Paulo, 2007-2008”, in Rev. Abramet, 28 (1), 2010, pp. 25-34.

LARANJEIRA, R. et al. Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira. Brasília, Secretaria Nacional Antidrogas, 2007.

LEYTON, V. et al. “Perfil Epidemiológico das Vítimas Fatais de Acidentes de Trânsito e a Relação com o Uso de Álcool”, in Saúde, Ética e Justiça, 10(1/2), 2005, pp. 12-8.

MALTA, D. C. et al. “Análise da Mortalidade por Acidentes de Transporte Terrestre Antes e Após a Lei Seca, Brasil, 2007-2009”, in Epidem. Serv. Saúde, 19 (4), Brasília, 2010, pp. 317-28.

MANN, R. E. “Choosing a Rational Threshold for the Definition of Drunk Driving: What Research Recommends”, in Addiction, 97, 2002, pp. 1.237-8.

MARCZINSKI, C. A. et al. “Effects of Alcohol on Simulated Driving and Perceived Driving Impairment in Binge Drinkers”, in Alcohol Clin. Exp. Res., 32(7), 2008, pp. 1.329-37.

MARTINS, C. B. G. Violência Contra Menores de 15 Anos no Município de Londrina, PR: Análise Epidemiológica de suas Notificações. Tese de doutorado. São Paulo, FSP-USP, 2008.

MELIONE, L. P. R. Internações Hospitalares por Lesões Decorrentes de Acidentes de Trânsito em São José dos Campos, SP. Dissertação de mestrado. São Paulo, FS-PUSP, 2005.

MELLO JORGE, M. H. P. “Mortalidade por Causas Externas em São Paulo: Causas Acidentais”, in Rev. Saúde Públ., 1962.

MELLO JORGE, M. H. P.; KOIZUMI, M. S. “Gastos Governamentais do SUS com Internações Hospitalares por Causas Externas: Análise no Estado de São Paulo, 2000”, in Rev. Bras. Epidemiologia, 7 (2), 2004, pp. 228-38.

. Acidentes de Trânsito no Brasil: um Atlas de sua Distribuição. São Paulo, Abramet, 2007.

. Internações Hospitalares, Brasil, 2008: um Estudo de Pacientes Hospitalizados por Lesões Decorrentes de Acidentes de Transporte Terrestre. São Paulo, Abramet, 2008 (Relatório de pesquisa, mimeo.).

. “Acidentes de Trânsito Causando Vítimas: Possível Reflexo da Lei Seca nas Internações Hospitalares”, in Rev. Abramet, 27 (2), 2009, pp. 16-25.

. “Sequelas Visíveis de Acidentes de Trânsito: Primeiros Dados Brasileiros”, in Rev. Abramet, 29 (1), 2012, pp. 36-45.

MS – Ministério da Saúde. “Análise de Série Temporal de Mortalidade por Acidentes de Transporte Terrestre no Brasil e Regiões, 1981 a 2001”, in Saúde Brasil, Brasília, DF, 2004.

MS – Ministério da Saúde. Painel de Indicadores do SUS-5 Temático. Prevenção de Violências e Cultura da Paz. VIII Brasília, DF, Nov.-2008.

MS – Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. VIVA – Vigilância de Violências e Acidentes, 2008 e 2009. Brasília, 2009a.

MS – Ministério da Saúde. Vigitel, Brasil – 2007. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília, DF, 2009b.

MODELLI, M. E. S. et al. “Blood Alcohol Concentration in Fatal Traffic Accidents in the Federal Distrit, Brazil”, in Rev. Saúde Públ. , 42 (2), 2008, pp. 350-2.

MOSKOWITZ, H.; FIORENTINO, D. A Review of the Literature on the Effects of Low Doses of Alcohol on Driving-related Skills. Final Report – U.S. Department of Transportation National Highway Traffic Safety Administration – HS 809 028. Washington, DC, 2000.

MOURA, E. C. “Direção de Veículos Motorizados após Consumo Abusivo de Bebidas Alcoólicas, Brasil, 2006 a 2009”, in Rev. Saúde Públ., 4 (5), 2009, pp. 891-4.

MURA, P. et al. “Comparison of the Preventive of Alcohol, Canabis and Other Drugs Between 900 Injured Drives and 900 Control Subjects: Results of a French Collaborative Study”, in Forensic Science International, 133, 2003, pp. 79-85.

NAWROT, M.; NORDENSTROM, B.; OLSON A. “Disruption of Eye Movements by Ethanol Intoxication Affects Perception of Depth from Motion”, in Psychological Scienc, 15(12), 2004, pp. 858-65.

NERY, A. F. et al. Impacto do Uso do Álcool e Outras Drogas em Vítimas de Acidentes de Trânsito. Brasília, Abdetran, 1999.

NOTO, A. R. et al. III Levantamento sobre o Uso de Drogas entre Meninos e Meninas em Situação de Rua de Cinco Capitais Brasileiras, 1993. São Paulo, Cebrid, 1994.

NHTSA 2005. Alcohol Involvement in Fatal Motor Vehicle Traffic Crashes, 2003. DOT HS 809822. Disponível em: http://www.nrd.nhtsa. dot.gog/Pubs/809822 PDF.

OLIVEIRA, E. M.; MELCOP, A. G. Álcool e Trânsito. Recife, Instituto RAID, 1997.

OMS – Organização Mundial da Saúde. 1995. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, 10a Revisão. São Paulo, Centro Brasileiro de Classificação de Doenças, 1995.

OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde/OMS. Informe Mundial sobre Prevención de los Traumatismos Causados por El Transito. Washington DC, 2004 (Publ. cient.tecnica, 599).

PAHO – Pan American Healht Organization/WHO – Health situation in the Americas. Basic Indicators, 2012.

PEARSON, P.; TIMNEY, B. “Effects of Moderate Blood Alcohol Concentrations on Spatial and Temporal Contrast Sensitivity”, in Journal of Studies on Alcohol (59), 1998, pp. 163-73.

PHILLIPS, D. P.; BREWER, K. M. “The Relationship Between Serious Injury and Blood Alcohol Concentration (BAC) in Fatal Motor Vehicle Accidents: BAC = 0.01% Is Associated with Significantly more Dangerous Accidents than BAC = 0.00%”, in Addiction, 106(9), 2011, pp. 1.614-22.

PINHO, F. M. O. et al. “Comportamento de Risco no Trânsito: um Estudo entre Jovens Universitários”, in Rev. Abramet, 27 (1), 2009, pp. 13-21.

PONCE, J. C. Álcool em Vítimas Fatais de Acidentes de Trânsito no Município de São Paulo, ano 2005. Dissertação de mestrado. São Paulo, FM-USP, 2009.

QUINTYN, J. C. et al. “Effect of Low Alcohol Consumption on Visual Evoked Potencial, Visual Field and Visual Contrast Sensitivity”, in Acta Ophithalmology, (77), 1999, pp. 23-6.

REICHEINHEIN, M. E. et al. “Violence and Injuries in Brazil: the Effect, Progress Made and Challonges Ahead”, in The Lancet, 377 (9781), 2011, pp. 1.962-75.

RIVARA, F. P. et al. “The Magnitude of Acute and Chronic Alcohol Abuse in Trauma Patients”, in Arch. of Surgery, v. 128, 1993, pp. 907-13.

ROMANO, M. et al. “Alcohol Purchase Survey by Adolescents in Two Cities of State of Sao Paulo, Southeastern Brazil”, in Rev. Saúde Pública, 41, 2007, pp. 495-501.

SAN MARTIN, H. Salud y Enfermedad. La Prensa Médica Mexicana, 1964.

SHEPHERD, J. P. et al. “Relations Between Alcohol, Violence and Victmization in Adolescence”, in Jornal of Adolescence, v.29(4), 2006, pp. 539-53.

STRAUCH, E. S. et al. “Uso de Álcool em Adolescentes: Estudo de Base Populacional”, in Rev. Saúde Públ. , 43(4), 2009, pp. 647-55.

STUBIG, T. et al. “Alcohol Intoxication in Road Traffic Accidents Leads to Higher Impact Speed Difference, Higher ISS and MAIS, and Higher Preclinical Mortality”, in Alcohol, 46(7), 2012, pp. 681-6.

TRELOAR, H. R et al. “Direct and Indirect Effects of Impulsivity Traits on Drinking and Driving in Young Adults”, in J. Stud. Alcohol Drugs, 73 (5), 2012, pp. 794-803.

WEGNER, A. J. et al. “Visual Performance and Recovery in Recently Detoxified Alcoholics”, in Alcohol & Alcoholism, 369 (2), 2001, pp. 171-9.

WHO – World Health Organization. Global Status Report on Alcohol, 2004. Geneva, Department of Mental Health and Substance Abuse, 2004.

. Alcohol and Interpersonal Violence. Policy Briefing, 2005. Disponível em: http://www.euro.who.int–data/assets/pdf-file/0004/98806/E87347.pdf.

. World Health Assembly closes. Agreement Reached on Influenza Virus Sharing Intellectual Property. Geneva 2007. Disponível em: http://www.who.int/mediacente/news/releases/2007/what 02/en/.

./FIA Foundation. Beber e Dirigir: Manual de Segurança Viária para Profissionais de Trânsito e Saúde. Genebra, Global Rood Safity Partnership, 2007.

ZADUR, P. L. “Alcohol Related Relative Risk of Fatal Driver Injuries in Relation to Driver Age and Sex”, in Journal of studies on alcohol, 52, 1991, pp. 302-10.

Downloads

Publicado

2013-02-28

Edição

Seção

Dossiê