Dois casos de A. subclavia dextra como última colateral do Arcus aorticus no cão

Autores

  • Orlando Marques de Paiva Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos, São Paulo, SP

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-5066.v3i4p203-222

Palavras-chave:

O artigo não apresenta palavras-chave.

Resumo

Nesta publicação, apresentamos o relato de dois raros casos de A. subclavia dextra como última colateral da crossa aórtica, encontrados, acidentalmente, ao curso de estudo sobre a frequência do Truncus bicaroticus no cão. A A. subclavia dextra anormal emerge crânio-distalmente à sua homônima esquerda, tendo ao cruzar a linha mediana, a caminho do membro torácico, decurso supra-esofágico. Entre os seus ramos colaterais nota-se a seguinte alteração: o Truncus costocervicalis apresenta-se desmembrado, partindo a  A. transversa colli isolada e proximalmente ao tronco comum das Aa. cervicalis profunda e intercostalis suprema. Além das disposições ora mencionadas, verifica-se, em ambos os exemplares, que a origem das Aa. carótides communes se faz por longo tronco comum e que o N. laryngeus caudalis é fornecido pela porção cervical do N. vagus, não contraindo, portanto, suas habituais relações com a A. subclavia dextra ou com a A. brachiocephalica e vindo alcançar a laringe depois de curto trajeto recorrencial. Não se observa sinal de estenose esofágica, no ponto em que a artéria cruza o esôfago. Em contraposição ao que observa na literatura anatômica humana, na qual contam-se às centenas os relatos de emergência da A. subclávia dextra como último ramo do Arcus aorticus, a bibliografia anátomo-comparativa oferece o registro da anomalia somente no ouriço e no coelho (Meckel, Smith, Eales), merecendo os achados o qualificativo de raros. Chama-se a atenção para a virtual falta de pesquisas sistemáticas sobre o comportamento dos ramos aórticos em anatomia comparativa, resumindo-se os escassos e dispersos trabalhos a propósito das anomalias do arco aórtico e seus ramos mais calibrosos no cão; em todas as circunstâncias o interesse das publicações vinculava-se à obstrução esofágica ocasionada pelas anomalias existentes, explicando-se, assim, a omissão de importantes pormenores anatômicos. As anomalias são descritas em fêmea, adulta, mestiça de Fox terrier e em feto de têrmo, fêmea, mestiça de Lulu. Tanto pela presença do Truncus bicaroticus quanto pela origem, percurso e relações da A. subclavia dextra e, finalmente, pelo comportamento do N. laryngeus caudalis direito, às observações, essencialmente identificáveis, pode ser atribuída descrição comum. Apenas, deve ser destacada a anastomose pré-traqueial que se nota no caso II (feto), entre os Nn. laryngeus caudalis esquerdo e vagus direito, conexão de caráter invulgar. Prosseguindo apresentam-se as explicações das anomalias vascular e nervosa, analisando-se as condições embriológicas que encaminharam o desenvolvimento de ambas; conclui-se admitindo a possibilidade de demonstração da natureza hereditária de anomalias e variações das colaterais aórticas em cães, tendo por base as contribuições de GIACOMINI (homem), MILKS e WILLIAMS (cão) e EDMONDS e SAWIN (coelho). De qualquer forma, e em consonância com o ponto de vista de DE GARIS , afirma-se que o Arcus aorticus constitui estrutura anatômica das mais adequadas para estudos de variação, de simetria e de hereditariedade.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Downloads

Publicado

1948-06-15

Edição

Seção

NÃO DEFINIDA

Como Citar

Dois casos de A. subclavia dextra como última colateral do Arcus aorticus no cão. (1948). Revista Da Faculdade De Medicina Veterinária, Universidade De São Paulo, 3(4), 203-222. https://doi.org/10.11606/issn.2318-5066.v3i4p203-222