Brancos, Pretos e o Outro que não existe: ensaio sobre a impossibilidade do diálogo em Branco – o cheiro do lírio e do formol

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v17i2p407-420

Palavras-chave:

Branco – o cheiro do lírio e do formol, Teatro brasileiro contemporâneo, Racismo, Branquitude

Resumo

Este ensaio coloca em tela questões relacionadas às dificuldades de interlocução dos sujeitos contemporâneos evidenciadas no espetáculo Branco – o cheiro do lírio e do formol. Considera que a impossibilidade do diálogo aparece em três esferas distintas: o núcleo familiar, o dramaturgo-diretor e a recepção do espetáculo. Dessa forma, destaca construções discursivas que não permitem o acesso a alguma verdade, tornando-se meros semblantes que falseiam a realidade. Outrossim, o racismo constitui-se coluna de sustentação da opressão patriarcal e da exploração capitalista.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ferdinando Martins Crepalde, Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes
    Professor de História das Artes Cênicas e Teoria do Teatro na Universidade de São Paulo. Diretor do Teatro da USP.

Referências

ARCANJO, M. Crítica: Branco é um espetáculo racista confesso e sem remorso. Blog do Arcanjo, São Paulo, 20 mar. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/XVZFfE>. Acesso em: 13 out. 2017.

BUTLER, J. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

DAL FARRA, A. Abnegação. Belo Horizonte: Javali, 2017a.

______. Branco: o cheiro do lírio e do formol. 2017b. Inédito.

______. Manual da destruição. São Paulo: Hedra, 2012.

FIORATTI, G. Antes de cancelar peça acusada de racismo, mostra propôs troca a autor. Folha de S.Paulo, São Paulo, 19 fev. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/3G5jAT>. Acesso em: 14 out. 2017.

FOUCAULT, M. Subjetividade e verdade. São Paulo: Martins Fontes, 2016.FREUD, Sigmund. Totem e tabu. São Paulo: Penguim/Cia. das Letras, 2015.

LACAN, J. O aturdito. In: ______. Outros escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. p. 448-496.

MENEZES, M. E. Peça “Branco: o cheiro do lírio e do formol” não pode ser reduzida a passionalidades. O Estado de São Paulo, São Paulo, 15 maio 2017. Disponível em: <https://goo.gl/XjZwng>. Acesso em: 10 out. 2017.

MILLER, J.-A. La categoría de semblante. In: ______. De la naturaleza de los semblantes. Buenos Aires: Paidós, 2002.

______. Piezas sueltas. Buenos Aires: Paidós, 2013.

MILLER, J.-A.; LAURTENT, E. El otro que no existe y sus comités de ética. Buenos Aires: Paidós, 2005.

MÜLLER, H. A missão: lembranças de uma revolução. São Paulo: N-1 Edições, 2016.

NUNES, L. Sul-africana Ntando Cele revira o racismo em peça. Diário da Região, São José do Rio Preto, 14 mar. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/6q1fpW>. Acesso em: 10 out. 2017.

OLIVEIRA, D. Crítica: O formol e o teatro do opressor na peça Branco. Blog do Arcanjo, São Paulo, 2 maio 2017. Disponível em: <https://goo.gl/G4KNfA>. Acesso em: 13 out. 2017.

RAMOS, L. F. O racismo de cada um e os riscos de enfrentá-lo. cartografias.MITsp, São Paulo, n. 4, p. 84-92, 2017.

RIBEIRO, S. Não estar é a única forma de presença de negros – e a culpa não é nossa. Blog do Arcanjo, São Paulo, 9 maio 2017. Disponível em: <https://goo.gl/rRd7nf>. Acesso em: 13 out. 2017.

ROMAGNOLLI, L. Branca é a ausência, negra é a exclusão. Horizonte da Cena, Belo Horizonte, 20 mar. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/FjvR71>. Acesso em: 10 out. 2017.

SANTOS, A. B. Crítica: Lírio e formol, espetáculo Branco vomita branco e é um desserviço. Blog do Arcanjo, São Paulo, 6 maio 2017. Disponível em: <https://goo.gl/EdUZ5d>. Acesso em: 13 out. 2017.

SCHENKER, D. A perpetuação da ausência. Teatrojornal, Rio de Janeiro, 19 mar. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/Sa5EUG>. Acesso em: 10 out. 2017.

SP ESCOLA DE TEATRO. Polêmico “Branco: o cheiro do lírio e do formol” volta ao CCSP. Catraca Livre, São Paulo, 6 abr. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/BV5B85>. Acesso em: 10 out. 2017.

SPIVAK, G. C. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

ŽIŽEK, S. Vivendo no fim dos tempos. São Paulo: Boitempo, 2012.

Downloads

Publicado

2017-12-26

Edição

Seção

DOSSIÊ BRANCO

Como Citar

Brancos, Pretos e o Outro que não existe: ensaio sobre a impossibilidade do diálogo em Branco – o cheiro do lírio e do formol. (2017). Sala Preta, 17(2), 407-420. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v17i2p407-420