Mil e uma noites na cidade industrial

o realismo em Arábia

Autores

  • Luís Flores Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2020.162175

Palavras-chave:

Cinema, Arábia, Trabalhador, Realismo, Anticapitalismo

Resumo

Arábia (2017) pode ser situado no âmbito de uma série de incursões cinematográficas aos substratos da realidade, tanto pelo prisma do documentário quanto pelos caminhos da ficção. À primeira vista, a obra parece responder às aparições históricas da figura do trabalhador no cinema brasileiro. Mas há uma região menos nítida de repercussões, com artistas que adaptaram as categorias do realismo a seus propósitos particulares. É o caso, por exemplo, de John Ford e John Huston. Neste artigo, olharemos para as imagens de Arábia no limiar dessas duas zonas de construção estética.

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Biografia do Autor

  • Luís Flores, Universidade Federal de Minas Gerais

    Doutorando em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Cinema pelo Programa de Pós-graduação em Artes da Escola de Belas-Artes (EBA-UFMG). Ensaísta, curador e pesquisador de cinema. Poeta. Atua também como tradutor. Foi professor do curso de Pós-Graduação em Produção Audiovisual: Documentário, no Centro Universitário Uma, da Escola Livre de Cinema, e do curso de Análise de Filmes e Crítica Cinematográfica no Núcleo de Produção Digital da Prefeitura de Belo Horizonte. Organizou as retrospectivas de Rithy Panh (2013) e Trinh T. Minh-ha (2015) no Brasil. Curador do Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte em 2015, 2016 e 2017. Curador do forumdoc.bh.2015.

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Publicado

2020-05-04

Como Citar

Mil e uma noites na cidade industrial: o realismo em Arábia. (2020). Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 47(53), 90-109. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2020.162175