O mecanicismo em questão: o magnetismo na filosofia natural cartesiana

Autores

  • Érico Andrade Universidade Federal de Pernambuco; Departamento de Filosofia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-31662013000400004

Resumo

O objetivo deste artigo é provar que a experiência tem um papel central na ciência cartesiana e que, portanto, Descartes está disposto a abandonar alguns pressupostos teóricos para adequar-se a algumas observações científicas. Meu ponto é que o compromisso de Descartes com as observações científicas é tão forte que, no estudo do magnetismo, ele opta pela inconsistência do seu sistema quando adota uma propriedade do magnetismo que contraria a lei da conservação da quantidade de movimento. Ou seja, mostrarei que Descartes acata uma propriedade do ímã, observada por vários cientistas, especialmente Gilbert, que é contrária à lei da conservação da quantidade de movimento para resguardar uma sintonia com as observações empíricas. Esse compromisso com a experiência reforça a imagem de que Descartes não era indiferente às observações empíricas do seu tempo, mas opera uma ciência que tenta adequar-se a elas.

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Publicado

2013-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O mecanicismo em questão: o magnetismo na filosofia natural cartesiana . (2013). Scientiae Studia, 11(4), 785-810. https://doi.org/10.1590/S1678-31662013000400004