Diversificação do sistema de educação terciária: um desafio para o Brasil

Autores

  • Clarissa Eckert Baeta Neves Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Departamento e do Programa de Pós-graduação em Sociologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702003000100002

Palavras-chave:

Diversificação, Sistema de educação terciária, Estruturas interconectadas, Flexibilidade do sistema

Resumo

Este texto examina as tendências de diversificação do sistema de educação terciária no âmbito internacional. O termo educação terciária sinaliza uma mudança de orientação no atendimento da demanda. No lugar de uma hierarquia rígida de cursos, currículos e instituições, buscam-se processos de aprendizagem mais flexíveis e interconectados. Tendo por referência essa experiência internacional, analisam-se as mudanças ocorridas no sistema de educação superior no Brasil após a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) de 1996. É possível verificar um processo de diversificação do sistema de educação terciária no Brasil? Observa-se, por um lado, que a idéia da diversificação, nos seus vários planos, enfrenta diferentes tipos de resistências e parece chocar a cultura institucional estabelecida. Por outro lado, as alterações legais e as novas alternativas abertas, destituídas de programas de fomento pertinentemente implementados, arriscam frustrarem-se pela resistência do sistema ou pela sua deturpação.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

BRASIL. (1996), Leis e decretos. Lei nº 9.394/96. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília.

BRASIL. (1997), Leis e decretos. Decreto nº 2.406/97. Regulamenta os Centros de Educação Tecnológica. Brasília.

BRASIL. (1998), Conselho Nacional de Educação. Câmara do Ensino Superior. Parecer CES nº986/98. Trata dos cursos seqüenciais.

BRASIL. (2001), Leis e decretos. Decreto nº 3.860/01. Dispõe sobre a organização do ensino superior, a avaliação de cursos e instituições e dá outras providências. Brasília.

BRASIL/MEC/DAU. (1977), A nova concepção de ensino de engenharia no Brasil. Brasília.

BRASIL/MEC/INEP. (2001), Sinopse estatística da educação superior. Brasília. Disponível na Internet www.inep.gov.br/Sinopse Estatística da Educação Superior [2002].

CAPES. (2000), Estatísticas da pós-graduação. Disponível na Internet www.capes.gov.br [2002].

DURHAM, Eunice R. (1993), “O sistema federal de ensino superior: problemas e alternativas”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 23: 5-37, São Paulo.

DURHAM, Eunice R. (1997), “A política para o ensino superior brasileiro ante o desafio do novo século”. In: CATANI, Afrânio Mendes. Políticas de educação superior na América Latina no limiar do século XXI, Recife, YK Produtora de Eventos.

FÁVERO, MARIA DE LOURDES A. (1994), “Vinte e cinco anos de reforma universitária: um balanço”. In: MOROSINI, M. C (org.). Universidade no Mercosul, São Paulo, Cortez.

FISCHER-APPELT, Peter. (1986), O futuro da universidade. São Paulo, Instituto Goethe/USP.

GESTEIRA, Cid Santos. (2001), “Cursos seqüenciais”. In: DURHAM, Eunice Ribeiro & SAMPAIO, Helena (orgs.). O ensino superior em transformação, São Paulo, Nupes (Núcleo de Pesquisas sobre Ensino Superior), pp. 97-103.

HAGUETTE, André. (1986), “Proposta para a universidade brasileira: os documentos do Geres e da Andes em Debate”. Série Idéias, 2, dez., Fortaleza (CE), Nudoc (Núcleo de Documentação Cultural).

HORNBOSTEL, A. et al. (orgs.). (1986), “Hochschulsysteme und Hochschulplanung”. In: Westlichen Industrie Staaten. Kassel, Wissenschaftliches Zentrum für Beruf-und Hochschulforschung Werkstattberichte, Band 15.

MARTINS, Carlos Benedito. (2000), “O ensino superior brasileiro nos anos 90”. São Paulo em Perspectiva, 14 (1): 41-60, São Paulo.

MEC/CEFETS. (1992), Relatório de Avaliação Cefets. Brasília, MEC.

MEC/INEP. (2001), Fatos sobre a educação no Brasil: 1994/2001. Brasília, Inep.

MEC/SAG/CPS. (1994), Sinopse Estatística da Educação Superior – Graduação 1993. Brasília, MEC.

MOURA, L. D. (1993), Da engenharia de operação à engenharia industrial. Rio de Janeiro, Cefet (mimeo.).

NEVES, Clarissa E. B. (1992), “Funções do ensino superior hoje”. Coletânea CBE; São Paulo, Papirus/Cedes, pp. 79-87.

NEVES, Clarissa E. B. (1994), “Limites e possibilidades da integração entre universidades”. In: MOROSONI, Marília C. (org.). Universidade no Mercosul, São Paulo, Cortez, pp. 284-290.

NEVES, Clarissa E. B. (2002), “A estrutura e o funcionamento do ensino superior no Brasil”. In: SOARES, M. S. A. (org.). A educação superior no Brasil, Brasília, Unesco/Capes/GEU, pp. 43-69.

OECD. (1998), Redefining tertiary education. Paris, OECD.

SANTOS FILHO, R. & SEGENREICH, S. C. D. (1980), “Modelos de instituições de ensino superior de graduação reduzida”. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 63 (146): 15-28, jan./abr., Brasília, Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos.

SCHWARTZMAN, Simon. (2001), “A revolução silenciosa do ensino superior”. In: DURHAM, Eunice Ribeiro & SAMPAIO, Helena (orgs.). O ensino superior em transformação, São Paulo, Nupes (Núcleo de Pesquisas sobre Ensino Superior), pp. 13-30.

SOARES, Maria S. A. (org.). (2002), A educação superior no Brasil. Brasília, Unesco/Capes/ GEU.

SPAGNOLO, F. & CASTRO, C. M. (1994), Carreiras superiores curtas na área tecnológica: erros e acertos da experiência brasileira (mimeo.).

TEICHLER, U. (1986), “Strukturentwicklung des Hochschulwesens”. In: NEUSEL, A. & TEICHLER, U. (orgs.). Hochschulentwicklung seit den sechziger Jahren. Weinheim und Basel, Beltz Verlag, S. 93-143.

TEICHLER, U. (1988), Wandel der Hochschulstrukturen im internationalen Vergleich. Kassel, WZI, Werkstattberichte, Andl. 20.

TEICHLER, U. & NEUSEL, A. (1986), Hochschulentwicklung seit den sechziger Jahren. Weinheim und Basel. Beltz Verlag.

UFRGS/CEPE. (1999), “Documento sobre os cursos seqüenciais”. Cepe (Câmara de Ensino e Pesquisa)/UFRGS.

UNESCO. (1995), Política de mudança e desenvolvimento no ensino superior. Rio de Janeiro, Unesco.

UNESCO. (1999), Tendências de educação superior para o século XXI. Conferência mundial sobre o ensino superior (1998: Paris, França). Brasília, Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras/CRUB/Unesco.

Downloads

Publicado

2003-04-01

Edição

Seção

Dossiê Ensino Superior

Como Citar

Neves, C. E. B. (2003). Diversificação do sistema de educação terciária: um desafio para o Brasil . Tempo Social, 15(1), 21-44. https://doi.org/10.1590/S0103-20702003000100002