Currículo, iniciação científica e evasão de estudantes de ciências sociais

Autores

  • Glaucia K. Villas Bôas Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Departamento de Sociologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702003000100003

Palavras-chave:

Ciências sociais, Graduação, Currículo, Evasão de estudantes, Iniciação científica

Resumo

O artigo mostra que as reformas curriculares ocorridas no curso de ciências sociais da UFRJ não influem sobre as taxas de evasão dos estudantes, enquanto a inserção de alunos em projetos de pesquisa por meio de programa de iniciação científica diminui em muito os índices de abandono da graduação. Ao relacionar currículos e evasão no período de 1939 a 1988, a pesquisa feita na UFRJ evidencia ainda que as mudanças de currículo ocorreram, significativamente, de acordo com mudanças de ordem política e social. Seguiram, porém, a "lógica da acumulação", modificando-se pouco a estrutura curricular, pois a ela foram sendo acrescentadas cada vez mais matérias e disciplinas. Contrastando com essa experiência histórica, o Programa de Iniciação Científica do Laboratório de Pesquisa Social (LPS), que funcionou nos de 1988 a 1997, não só manteve alto índice de alunos no curso até o término da graduação, como proporcionou uma formação acadêmica que permitiu à maioria de seus egressos a possibilidade de se dedicar a atividades profissionais voltadas para as ciências sociais.

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Publicado

2003-04-01

Edição

Seção

Dossiê Ensino Superior

Como Citar

Currículo, iniciação científica e evasão de estudantes de ciências sociais . (2003). Tempo Social, 15(1), 45-62. https://doi.org/10.1590/S0103-20702003000100003