A sedução da etnografia da ciência

Autores

  • Renan Springer de Freitas Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702005000100010

Palavras-chave:

Etnografia da ciência, Progresso científico, Contexto da descoberta, Contexto da justificação, Schemata

Resumo

Este artigo compara os resultados do exercício, peculiar aos sociólogos e antropólogos da ciência pós-kuhnianos, de documentar a prática científica cotidiana - ou o que se convencionou chamar de science-in-the-making - com os resultados advindos de um exercício análogo, relativo à arte, realizado algumas décadas antes pelo historiador da arte Ernst Gombrich. Argumenta-se que, enquanto Gombrich foi conduzido a resultados verdadeiramente auspiciosos - sendo-lhe permitido, por meio de seu empenho em estudar o que se poderia chamar de art-in-the-making, mostrar como diferentes estilos de representação pictórica se formam e evoluem -, sociólogos e antropólogos pós-kuhnianos foram conduzidos a apenas uma insossa crônica da ciência. Discute-se a razão do sucesso do primeiro e do fracasso dos últimos.

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Biografia do Autor

  • Renan Springer de Freitas, Universidade Federal de Minas Gerais

    é professor do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMG.

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Publicado

2005-06-01

Edição

Seção

Sociologia da Ciência

Como Citar

Freitas, R. S. de. (2005). A sedução da etnografia da ciência . Tempo Social, 17(1), 229-253. https://doi.org/10.1590/S0103-20702005000100010