O pulo do gato da pequena indústria precária

Autores

  • Eduardo G. Noronha Universidade Federal de São Carlos. Departamento de Ciências Socais
  • Lenita Turchi Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702007000100013

Palavras-chave:

Instituições, Arranjos produtivos locais, Política industrial

Resumo

O artigo apresenta os resultados de pesquisa sobre o processo de transição da ilegalidade e/ou informalidade para a formalidade, vivenciado por arranjos produtivos intensivos em mão-de-obra e inseridos em mercados precários nas regiões Nordeste e Centro-oeste do Brasil. A pesquisa revelou que o processo de mudança resultou de momentos de crise ou rupturas, e não de uma evolução em que os atores teriam sentido necessidade de cooperar para a solução de problemas de interesse coletivo. Essa cooperação foi posterior ou, mais especificamente, só foi possível pela atuação de instituições que deram origem à crise e estiveram presentes em seu enfrentamento. Em Jaraguá (GO), a instituição determinante da mudança foi o aparato legal necessário para a inserção no mercado formal; em Toritama (PE), a promotoria pública e a agência governamental de meio ambiente levaram à necessidade de buscar soluções menos poluentes entre os empresários locais.

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Publicado

2007-06-01

Edição

Seção

Memórias do (Sub) Desenvolvimento

Como Citar

Noronha, E. G., & Turchi, L. (2007). O pulo do gato da pequena indústria precária . Tempo Social, 19(1), 249-280. https://doi.org/10.1590/S0103-20702007000100013