Costa Pinto em dois tempos: os efeitos periféricos na circulação de ideias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2019.148331

Palavras-chave:

Luiz de Aguiar Costa Pinto, História da sociologia, Sociologia brasileira, Centro-periferia

Resumo

Este artigo propõe uma abordagem sociológica para analisar como a relação entre centro e periferia afeta a produção e a circulação de ideias. Por meio do conceito de “efeitos periféricos”, procuro examinar empiricamente como essa relação afeta a construção de textos sociológicos. O objeto empírico do artigo é o texto “Sociologia e mudança social”, do brasileiro Luiz de Aguiar Costa Pinto, publicado originalmente em 1947 e republicado em 1961. O artigo compara as duas versões e demonstra como as diferentes posições do seu autor nos circuitos periféricos explicam mudanças conceituais e textuais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • João Marcelo E. Maia, Fundação Getulio Vargas

    Professor associado do CPDOC, Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil/Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Referências

Alonso, Angela. (2010), “O abolicionista cosmopolita: Joaquim Nabuco e a rede abolicionista transnacional”. Novos Estudos Cebrap, 88: 55-70. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002010000300004&lng=en&nrm=iso.

Anderson, Benedict. (2005), Under three flags: anarchism and the anti-colonial imagination. Londres, Verso.

Arantes, Paulo E. (1992), Sentimento da dialética na experiência intelectual brasileira: dialética e dualidade segundo Antonio Candido e Roberto Schwarz. São Paulo, Paz e Terra.

Beigel, Fernanda. (2014), “Publishing from the periphery: structural heterogeneity and segmented circuits. The evaluation of scientific publications for tenure in Argentina’s Conicet”. Current Sociology, 62 (5): 743-765.

Beigel, Fernanda. (2013a), The politics of academic autonomy in Latin America. Londres, Ashgate.

Beigel, Fernanda. (2013b), “Introduction”. In: Beigel, Fernanda (org.). The politics of academic autonomy in Latin America. Londres, Ashgate.

Bhambra, Gurminder K. (2014), Connected sociologies. Londres, Bloomsbury Academics.

Botelho, André. (2009), “Passagens para o Estado-Nação: a tese de Costa Pinto”. Lua Nova, 77: 147-177. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452009000200005&lng=en&nrm=iso.

Brasil Junior, Antônio. (2013a), “A reinvenção da Sociologia da modernização: Luiz Costa Pinto e Florestan Fernandes”. Trabalho, Educação e Saúde, 11 (1): 229-249.

Brasil Junior, Antônio. (2013b), Passagens para a teoria sociológica: Florestan Fernandes e Gino Germani. São Paulo, Hucitec.

Chakrabarty, Dipesh. (2000), Provincializing Europe: postcolonial thought and historical difference. Nova Jersey, Princeton University Press.

Collyer, Fran. (2014), “Sociology, sociologists and core-periphery reflections”. Journal of Sociology, 50 (3): 252-268.

Connell, Raewyn. (out. 2012), “A iminente revolução na teoria social”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 27 (80): 9-20, outubro. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092012000300001&lng=en&nrm=iso.

Costa Pinto, Luiz Aguiar. (1964), “Portrait of developing man: the processes of social changes in Latin America”. In: Horowitz, Irving (org.). The New Sociology: essays in social science and social theory in honor of C. Wright Mills. Nova York, Oxford University Press, 1965.

Costa Pinto, Luiz Aguiar. (1961), “Sociologia e mudança social”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 1 (1): 1-61.

Costa Pinto, Luiz Aguiar. (1948), “A estrutura da sociedade rural brasileira”. Sociologia, 10 (2/3): 156-193.

Costa Pinto, Luiz Aguiar. (1947), “Sociologia e mudança social”. Sociologia, 9 (4): 287-331.

Domingues, José Maurício (2011), Teoria crítica e (semi)periferia. Belo Horizonte, Editora da ufmg.

Faulhaber, Patrícia. (2011), “O Instituto de Antropologia Social (eua, Brasil e México): um artefato da resposta antropológica ao ‘esforço de guerra’”. Mana, 17 (1): 9-40.

Fernandes, Florestan (1947), “O problema do método na investigação sociológica”. Sociologia, 4: 332-345.

Gingras, Yves & Mosbah-Natanson, Sébastien. (2010), “Where are social sciences produced?”. In: Unesco World Social Science Report. Paris, Unesco Publishing, pp. 149-153.

Grosfoguel, Ramón. (2000), “Developmentalism, modernity and dependency theory in Latin America”. Neplanta: Views from the South, 1 (2): 347-374.

Horowitz, Irving. (1964a), The new sociology: essays in social science and social theory in honor of C. Wright Mills. Nova York, Oxford University Press.

Horowitz, Irving. (1964b), “An introduction to the new sociology”. In Horowitz, Irving. (org.). The new sociology: essays in social science and social theory in honor of C. Wright Mills. Nova York, Oxford University Press.

Keim, Wiebke. (2014), “Conceptualizing circulation of knowledge in the social sciences.” In: Keim, Wiebke et al. (orgs.). Global knowledge production in the social sciences. Londres, Routledge, pp. 107-134.

Keim, Wiebke. (2008), “Social sciences internationally: the problem of marginalisation and its consequences for the discipline of sociology”. African Sociological Review/Revue Africaine de Sociologie, 12 (2): 22-48.

Lima, Nísia Trindade. (1999), Um sertão chamado Brasil: representações geográficas da identidade nacional. Rio de Janeiro, Revan.

Lynd, Robert. (1939), Knowledge for what? The place of social science in American culture. Princeton, Princeton University Press.

López, Matias & Araújo, Matheus Donato Amorim de. (2011), “Desenvolvimento e narrativas de modernidade: Costa Pinto e a construção de uma sociologia transnacional para o terceiro mundo”. Aurora, 4 (2): 213-225. Disponível em http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/aurora/article/view/1279.

Maia, João M. Ehlert. (2017), “História da sociologia como campo de pesquisa e algumas tendências recentes do pensamento social brasileiro”. História, Ciências, Saúde, 24 (1): 111-128. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702017000100111&lng=en&nrm=iso.

Maia, João M. Ehlert. (2014), “History of sociology and the quest for intellectual autonomy in the Global South: the cases of Alberto Guerreiro Ramos and Syed Hussein Alatas”. Current Sociology, 62 (7): 1097-1115.

Maio, Marcos Chor. (2009), “Estudos de comunidade e relações raciais: o convênio Columbia University-Estado da Bahia/Unesco na década de 1950”. Cadernos de Campo, 18: 257-271. Disponível em http://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/view/45517/49126.

Maio, Marcos Chor. (1997), A história do Projeto Unesco: estudos raciais e ciências sociais no Brasil. Rio de Janeiro, tese de doutorado, Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro da Universidade Candido Mendes, Iuperj/Ucam.

Maio, Marcos Chor & Lopes, Thiago da Costa. (2015), “For the establishment of the social disciplines as sciences’: Donald Pierson e as ciências sociais no Rio de Janeiro (1942-1949)”. Sociologia & Antropologia, 5 (2): 343-380.

Marini, Ruy Mauro. (1973), Dialéctica de la dependência. México, Era.

Medina, Eden; Marques, Ivan & Holmes, Christina. (orgs.). Beyond imported magic: essays on science, technology and society in Latin America. Cambridge, mit Press, 2014.

Miceli, Sergio. (1989), “Condicionantes do desenvolvimento das ciências sociais”. In: Miceli, Sergio (org.). História das ciências sociais no Brasil. São Paulo, Sumaré, vol. 1, pp. 91-133.

Mignolo, Walter. (2009), The idea of Latin America. Nova Jersey, John Wiley and Sons.

Ricupero, Bernardo. (2008), “Da formação à forma: ainda as ‘ideias fora de lugar’”. Lua Nova, 73: 69-79.

Santiago, Silviano. (1978), “O entre-lugar do discurso latino-americano”. In: Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre a dependência cultural. São Paulo, Perspectiva.

Santos, Theotônio dos. (1972), Dependencia y cambio social. Santiago, Ceso.

Santos, Wanderley Guilherme (1978), Ordem burguesa e liberalismo político. São Paulo, Duas Cidades.

Schwarz, Roberto. (1992), “As ideias estão fora do lugar”. In: Ao vencedor, as batatas: forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro. São Paulo, Duas Cidades.

Souza, Patrícia Olsen de. (2011), Fazer ciência, fazer história: a sociologia da mudança social de Florestan Fernandes e Costa Pinto. Araraquara, tese de doutorado, Programa de Pós-graduação em Sociologia da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Araraquara.

Summers, John H. (2007), “The epigone’s embrace: Irving Louis Horowitz on C. Wright Mills”. Minesotta Review, 68: 107-124.

Vianna, Luiz J. Werneck. (1997), A revolução passiva: iberismo e americanismo na formação brasileira. Rio de Janeiro, Revan.

Wallesrtein, Immanuel. (1979), The capitalist world-economy. Cambridge, Cambridge University Press.

Willems, Emílio. (1947), “Sociologia ‘acadêmica’ e sociologia ‘socialista’”. Sociologia, 9 (4): 346-349.

Downloads

Publicado

2019-08-07

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Costa Pinto em dois tempos: os efeitos periféricos na circulação de ideias. (2019). Tempo Social, 31(2), 173-198. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2019.148331