O século de Taylor, Lênin e Freud

Autores

  • Yves Cohen École des Hautes Études en Sciences Sociales. Centre de Recherches Historiques

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702012000200011

Palavras-chave:

Taylorismo, Leninismo, Psicanálise, Prática, História mundial, Circulações

Resumo

Este artigo percorre o século xx do ponto de vista da prática. Ele mostra que três regimes de regulação das práticas, quais sejam, o taylorismo, o leninismo e a psicanálise, lançaram seus programas em 1900, cada um em seu domínio, porém partilhando a mesma relação organizada entre a pretensão científica e a ação (dos operários para o primeiro, das massas para o segundo e do paciente em sessão para o terceiro, todos sob a direção de profissionais). Cada um desses regimes teve, durante décadas, seu lugar de inscrição e de peregrinação, bem como os portadores que os encarnavam. Eles formalizaram os quadros de valorização que são a eficácia, a luta política e o equilíbrio psicoafetivo. O artigo trata de modo aprofundado da prática taylorista de concepção das normas da prática dos outros ao identificar as diversas variáveis desta (o objeto, a referência, a temporalidade, o espaço, a serialização, a materialidade, os funcionários etc.). Conclui esboçando um cenário da história do século xx como circulação de práticas de um quadro de valorização a outro (a existência, a nominação, o cálculo, a eficácia, a política, o afetivo, a ética, a estética) e, desse modo, de uma região do mundo a outra a fim de seguir suas inscrições primordiais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Braudel, Fernand. (1979), Civilisation matérielle, économie et capitalisme xv e xviii e siècle: le temps du monde: Paris, Armand Colin, vol. 3.

Cohen, Yves. (1986), “Le système de la pratique: un organisateur-directeur, les automobiles Peugeot, 1917-1939”. Actes du Gerpisa, 2: 3-23.

. (2001), Organiser à l’aube du taylorisme: la pratique d’Ernest Mattern chez Peugeot, 1906-1919. Besançon, Presses Universitaires Franc-Comtoises. [Referência acrescentada em 2012]

Fine, Martin. (1978), “Guerre et réformisme en France”. In: Murard, Lion & Zylberman, Patrick. (dir.). Le soldat du travail: guerre, facisme et taylorisme. Paris, Recherches, pp. 305-24.

Freud, Sigmund. (1973), Introduction à la psychanalyse. Paris, Payot.

Fridenson, Patrick (dir.). (1977), 1914-1918, l’autre front. Paris, Ouvrières.

Foucault, Michel. (1975), Surveiller et punir. Paris, Gallimard.

Hobsbawm, Eric. (2009), Era dos extremos: o breve século xx (1914-1991). São Paulo, Companhia das Letras.

Jakobson, Roman. (1963), Essais de linguistique générale. Paris, Minuit.

Marx, Karl. (1969), Le capital. Paris, Sociales.

Mauss, Marcel. (1983), “Les techniques du corps”. In: . Sociologie et anthropologie. Paris, puf, pp. 365-88.

Mottez, Bernard. (1966), Systèmes de salaire et politiques patronales: essai sur l’évolution des pratiques et des idéologies patronales. Paris, cnrs.

. (1975), La sociologie industrielle. Paris, puf.

Perrot, Michelle. (1980), L’impossible prison. Paris, Seuil.

Schorske, Carl. (1988), Viena fin-de-siècle: política e cultura. São Paulo, Companhia das Letras.

Soljenitsin, Alexandre. (1973), Arquipélago gulag: 1918-1956. São Paulo, Círculo do Livro. [Referência acrescentada em 2012.]

Taylor, Frederick. (1957), La direction scientifique des entreprises. Paris, Dunod.

Wallon, Henri. (1936), “Psychologie et technique”. In: . A la lumière du marxisme. Paris, Sociales Internationales.

Downloads

Publicado

2012-11-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Cohen, Y. (2012). O século de Taylor, Lênin e Freud . Tempo Social, 24(2), 211-232. https://doi.org/10.1590/S0103-20702012000200011