Maria Antonia - a interrogação sobre um lugar a partir da dor

Autores

  • Irene de Arruda Ribeiro Cardoso Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.1590/ts.v8i2.86289

Palavras-chave:

Maria Antonia, Tempo, Memória, Dor, Nostalgia

Resumo

A partir da idéia de que a dor possa se constituir numa interrogação pertinente na história, pretende-se pensar a Maria Antonia como um lugar objeto de construções na memória, de pontos de vista nostálgicos. A tematização da temporalização do lugar, dos diferentes tempos nele implicados – o que leva a considerá-lo como não preformável ou predeterminável – permitirá explorá-lo a partir de dois modos de acontecer nostálgico: a “nostalgia aberta” e a “nostalgia fechada”. O que caracteriza esta última é fundamentalmente o retorno, entendido como um congelamento do tempo (o passado), ou uma retenção do tempo. A nostalgia aberta, ao implicar numa desfamiliarização em relação a um lugar, aponta para a possibilidade de uma temporalização da atualidade em que o passado se inscreve no presente, permitindo as reversões de ponto de vista.

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Biografia do Autor

  • Irene de Arruda Ribeiro Cardoso, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Professora do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.

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Publicado

1996-06-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Cardoso, I. de A. R. (1996). Maria Antonia - a interrogação sobre um lugar a partir da dor. Tempo Social, 8(2), 1-10. https://doi.org/10.1590/ts.v8i2.86289