Errantes em fim de século

Autores

  • Wagner Venceslau Dias Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.1590/ts.v9i2.86695

Palavras-chave:

Messianismo, Trabalhador sem-terra, Religiosidade popular, Política, Racionalidade, Ação social

Resumo

À luz de alguns trabalhos sobre movimentos messiânicos e messianismo no Brasil, o texto procura encontrar, dentro da prática transformadora no movimento dos trabalhadores rurais sem-terra, elementos de uma racionalidade fortemente ligada: a) à sua condição social de liberto das formas tradicionais de dominação e por isso sujeitos de uma reordenação do mundo; e b) ao conteúdo mágico e simbólico da religiosidade rústica que fornece meios de interpretação dos seus rumos. Da intersecção destas duas situações, procurase entender os condicionantes de uma luta social – a conquista da terra – que garante tanto a eficácia da ação, assim como os dilemas destes homens. Utilizase o conceito básico de lógica messiânica ou ethos messiânico para dar conta das contradições envolvidas no caminho dos movimentos sociais no campo, partindo-se da ação social, da matriz weberiana.

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Biografia do Autor

  • Wagner Venceslau Dias, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Mestrando do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).

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Publicado

1997-06-29

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Dias, W. V. (1997). Errantes em fim de século. Tempo Social, 9(2), 165-178. https://doi.org/10.1590/ts.v9i2.86695