As Centrais Sindicais e a Reforma Trabalhista: enfrentamentos e dificuldades

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2019.152129

Palavras-chave:

Reforma trabalhista, Centrais sindicais, Parceria social, CUT, FS

Resumo

O artigo procura responder por que o movimento sindical encontrou dificuldades para disputar os parâmetros da reforma trabalhista aprovada em 2017 no Brasil. Para isso analisa a estratégia das duas maiores centrais sindicais (CUT e FS). Na primeira seção, o artigo explora as mudanças nas práticas dessas entidades decorrentes da estratégia de parceria social adotada nos governos do pt. Na segunda seção, o texto mostra como essas organizações têm seguido estratégias distintas no cenário pós-impeachment. Considerando a interação entre contexto e estratégia sindical, argumenta-se que os efeitos do distanciamento do movimento sindical da realidade do trabalho no Brasil combinado a um contexto nacional marcado pela instabilidade política e econômica fizeram emergir grandes dificuldades de diálogo com a sociedade sobre os efeitos perversos da reforma trabalhista.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ana Paula Fregnani Colombi, Universidade Federal do Espírito Santo

    Professora da Universidade Federal do Espírito Santo e pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Referências

Andrietta, Lucas & Lemos, Patrícia, R. (2016), “O sindicalismo da cut e a mercantilização do sistema previdenciário brasileiro”. Ser Social, 18 (39): 501-519.

Béroud, Sophie. (2014), “Contribuiçõções e limites do conceito de campo sindical: uma reflexão a partir do caso francês”. Critica Marxista, 38: 89-101.

Boito Jr., Armando & Marcelino, Paula. (2010), “O sindicalismo deixou a crise para trás? Um novo ciclo de greves na década de 2000”. Caderno crh, 23 (59): 323-338.

Braga, Ruy. (2016), “Terra em transe: o fim do lulismo e o retorno da luta de classes”. In: Singer, André & Loureiro, Isabel (orgs.). As contradições do lulismo: a que ponto chegamos? São Paulo, Boitempo.

Cardoso, Adalberto. (1992), “O pragmatismo impossível: as origens da força sindical”. Novos Estudos Cebrap, 32: 195-182.

“Central quer popularizar bolsa de valores” (2001), Revista da Força, jul., p. 21.

Cesit. (2017), “Dossiê reforma trabalhista”. Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho.

Colombi, Ana Paula Fregnani. (2018), A institucionalização do consenso: atuação da cut e da fs durante os governos do pt (2003-2014). Campinas, tese de doutorado, Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas.

Colombi, Ana Paula Fregnani & Krein, José Dari. (2019), “Labor market and labor relations under the pt governments”. Latin American Perspectives. No prelo.

Confederação Nacional da Indústria. (2012), 101 propostas para modernização trabalhista. Emerson Casali (Coord.). Brasília, cni.

V Congresso Nacional da Força Sindical. (2005).

Dieese. (2017), “Terceirização e precarização das condições de trabalho”. Nota Técnica, n. 172.

Fleck, Giovana. (2018), “Vagner Freitas: ‘Política foi demonizada para acabar com a participação popular’”. Rede Brasil Atual. Disponível em https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/07/a-politica-foi-demonizada-para-acabar-com-a-participacao-popular-afirma-presidente-da-cut, consultado em 16/7/2018.

Frege, Carola & Kelly, John. (2003), “Union revitalization strategies in comparative perspective”. European Journal of Industrial Relations, 9 (1): 7-24.

Frege, Carola & Kelly, John. (2004a), “Union strategies in comparative context”. In: Frege, C. & Kelly, J. (eds.). Varieties of Unionism: strategies for union revitalization in a globalizing economy. Oxford, Oxford University Press, pp. 31-45.

Frege, Carola & Kelly, John. (2004b), Varieties of Unionism: strategies for union revitalization in a globalizing economy. Oxford, Oxford University Press.

Galvão, Andréia. (2014), “The Brazilian labor movement under pt governments”. Latin American Perspectives, 41 (5): 184-199.

Galvão, Andréia. (2009), “A reconfiguraçãção do movimento sindical no governo Lula”. Revista Outubro, 18: 177-199.

Galvão, Andréia; Krein, José Dari. (2017), “Brésil: les obstacles a la revitalisation syndicale”. Chronique Internationale de L’Ires, 160: 101-115.

Hyman, Richard. (1975), Industrial relations: a marxist introduction. Londres, Macmillan.

Hyman, Richard. (2001), Understanding European trade unionism: between market, class and society. Londres, Sage.

Hyman, Richard. (2007), “How can trade unions act strategically?”. Transfer, 13 (2): 193-210.

Juruna. (2017), “Justiça do Trabalho não serve aos trabalhadores e amorteceu sindicatos”. Poder 360. Disponível em https://www.poder360.com.br/opiniao/brasil/justica-do-trabalho-nao-serve-aos-trabalhadores-e-amorteceu-sindicatos, consultado em 29/8/2017.

Krein, José Dari. (abr. 2018), “O desmonte dos direitos, as novas configurações do trabalho e o esvaziamento da ação coletiva: consequências da reforma trabalhista”. Tempo Social, 30 (1): 77-104. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20702018000100077&lng=pt&nrm=iso.

Krein, José Dari; Manzano, Marcelo; Santos, Anselmo & Duarte, Christian (2018a), Os determinantes e as boas práticas que explicam o avanço da formalização no Brasil durante o período 2003-2014. Organização Internacional do Trabalho.

Krein, José Dari; Colombi, Ana Paula Fregnani & Lemos, Patrícia Rocha. (2018b), “Entre negociação e mobilização: estratégias sindicais frente à reforma trabalhista no Brasil”. Trabalho apresentado no xxxvi Congresso Internacional da Associação de Estudos Latino-Americanos. Barcelona.

Ladosky, Mário Henrique Guedes & Jácome Rodrigues, Iram. (2018), “A cut e o sindicalismo brasileiro nos anos recentes: limites e possibilidades”. Tempo Social, 1 (30): 53-76. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20702018000100053&lng=pt&nrm=iso.

Lavinas, Lena; Ferraz, Camila & Veiga, Alinne. (2010), “Inclusão financeira, crédito e desenvolvimento: que papel uma renda básica pode jogar nesse processo?” Anais do xiii Congress of Basic Income Network (Bien). São Paulo, pp. 1-21.

Linhares, Rodrigo. (2015), “As greves de 2011 a 2013”. Revista de Ciências do Trabalho, 5: 97-112.

Marcelino, Paula. (2017), “Sindicalismo e neodesenvolvimentismo: analisando as greves entre 2003 e 2013 no Brasil”. Tempo Social, 29 (3): 201-227. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20702017000300201&lng=en&nrm=iso.

Melim, Tatiana. (2018), “Reforma trabalhista: lei é inconsistente e difícil de ser compreendida”. Portal Vermelho. Disponível em http://www.vermelho.org.br/noticia/308884-1, consultado em 17/3/2018.

Oliveira, João Maria. (2013), “Empreendedor individual: ampliação da base formal ou substituição do emprego?”. Radar, n. 25, Ipea.

Partido do Movimento Democrático Brasileiro, PMDB. (2015), “Uma ponte para o futuro”. Disponível em https://www.fundacaoulysses.org.br/wp-content/uploads/2016/11/uma-ponte-para-o-futuro.pdf, consultado em 27/9/2016.

Ramalho, José Ricardo; Cordeiro, Marina & Silva, Eduardo Ângelo. (2015), “Movimento sindical, conselhos e participaçãção social: estudo de caso sobre a dinâmica no Brasil após a Era Lula”. Trabalho apresentado no ii Encontro Internacional Participaçãção, Democracia e Políticas Públicas. Campinas.

Rolli, Claudia. (2003), “Sai primeiro acordo de crédito abatido em folha”. Folha de S.Paulo, São Paulo. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1909200326.htm, consultado em 11/11/2017.

Véras de Oliveira, Roberto & Ladosky, Mário Henrique Guedes. (2018), “Das greves do abc ao Conselho de Relações de Trabalho: chances e limites da ação sindical institucional”. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, 104: 97-131. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452018000200097&lng=pt&nrm=iso.

Downloads

Publicado

2019-12-18

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

As Centrais Sindicais e a Reforma Trabalhista: enfrentamentos e dificuldades. (2019). Tempo Social, 31(3), 217-236. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2019.152129