Mutações do trabalho e experiência urbana

Autores

  • Vera da Silva Telles Universidade de São Paulo. Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702006000100010

Palavras-chave:

Mutações do trabalho, Reconfigurações urbanas, Diferença de gerações, Práticas sociais, Experiência social

Resumo

Neste artigo, pergunta-se sobre as dimensões societárias das atuais mutações do trabalho, em particular sua desconexão dos dispositivos do emprego sob as formas variadas de trabalho precário e de subcontratação, ou seja: de que modo as novas realidades do trabalho (e do não-trabalho) redesenham o mundo social, as relações de força e os campos de práticas que fazem a tessitura da cidade e seus espaços. As circunstâncias do trabalho precário e intermitente alteram tempos e espaços da experiência social, bem como a própria experiência urbana nos circuitos descentrados dos "territórios da precariedade". Este artigo propõe prospectar essas novas realidades seguindo os percursos e as trajetórias urbanas das novas gerações. Acredita-se que essa pode ser uma via de entrada profícua para a descrição desse mundo social redefinido: a diferença entre as gerações tem hoje a peculiaridade histórica de coincidir com mudanças de fundo no mundo do trabalho e nas dinâmicas urbanas. Por outro lado, essa é também uma maneira de relançar a pergunta sobre os sentidos do trabalho e seus efeitos estruturantes na vida social.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ASPE, Bernard; COMPES, Muriel & LAZZARATO, Maurizio. (1996). “Le travail: un nouveau débat por de vieilles alternatives”. Futur Antérieur, 35-36, Paris, site www.multitudes.samizdat.net, consultado em 04/02/2006.

BEAUD, Stéphane & PIALOUX, Michel. (2003), Violences urbaines, violence sociale: genèse des nouvelles classes dangereuses. Paris, Fayard.

BESSIN, Marc. (1999), “Les temps, une question de pouvoir”. Mouvements, 2: 47-54, jan., fev., Paris.

CALDEIRA, Teresa. (2000), A cidade dos muros: violência, segregação e cidadania na cidade de São Paulo. São Paulo, Editora 34.

DELEUZE, Gilles. (1992), “Post-scriptum sobre as sociedades de controle”. In: Conversações. São Paulo, Editora 34, pp. 219-226.

EHEREMBERG, Alain. (1991), Le culte de la performance. Paris, Hachette Littératures.

HARVEY, David. (1996), “Do gerenciamento ao empresariamento: a transformação da administração urbana no capitalismo tardio”. Espaço e Debates, 39: 121-145, São Paulo.

KHEL, Maria Rita. (2000), Função fraterna. Rio de Janeiro, Relume-Dumará.

KURZ, Robert. (1992), O colapso da modernização. Rio de Janeiro, Paz e Terra.

LATOUR, Bruno. (2000), “Faktura: de la notion de réseaux à celle d’attachement”. In: MICOUD, André & PERONI, Michel. Ce qui nous relie. Paris, Éditions de l’Aube, La Tour d’Aigues, pp. 189-208.

LAZZARATO, Maurizio (2002). “Le concept de travail immatériel: la grande entreprise”. Futur Antérieur, 10. Paris, site www.multitudes.samizdat.net, consultado em 05/05/2005.

LE MARCHAND, Arnaud. (2004). “Travail intermittent et production de la ville post-fordiste”. Multitude, 17. Paris, site www.multitudes.samizdat.net, consultado em 04/02/2006.

OLIVEIRA, Francisco de. (2003), “O ornitorrico”. In: Crítica à razão dualista. O ornitorrinco. São Paulo, Boitempo, pp. 121-150.

SASSEN, Saskia. (1998), As cidades na economia global. São Paulo, Nobel.

SENNET, Richard. (2000), A corrosão do caráter. Rio de Janeiro, Record.

SUPIOT, Alain. (1994), Critique du droit du travail. Paris, PUF.

SUPIOT, Alain. (1999), Au-delà de l’emploi: transformations du travail et devenir du droit du travail en Europe. Paris, Flamarion.

TELLES, Vera S. (2006), “Trajetórias urbanas: fios de uma descrição da cidade”. In: TELLES Vera S. & CABANES, Robert (orgs.). Nas tramas da cidade: trajetórias urbanas e seus personagens. São Paulo, Humanitas (no prelo).

TELLES, Vera S. & CABANES, Robert (orgs). (2006), Nas tramas da cidade: trajetórias urbanas e seus personagens. São Paulo, Humanitas (no prelo).

THOMPSON, Edward. P. (1979), Tradición, revuelta, consciencia de clase: estudios sobre la crisis de la sociedad preindustrial. Barcelona, Crítica.

VELTZ, Pierre. (1996), Mondialisation, villes et territoires: l’économie d’archipel. Paris, PUF.

ZALUAR, Alba. (1996), “A globalização do crime e os limites da explicação local”. In: VELHO, Gilberto & ALVITO, Marcos (orgs.). Cidadania e violência. Rio de Janeiro, Editora da FGV/Editora da UFRJ, pp. 48-68.

ZARIFIAN, Philippe. (2000), “Engajamento, disciplina e controle”. Novos Estudos. 64: 23-33, nov., São Paulo.

ZARIFIAN, Philippe. (2003), “La disparition du marché”. In: ZARIFIAN, Philippe. A quoi sert le travail? Paris, La Dispute, pp. 135-147.

Downloads

Publicado

2006-06-01

Edição

Seção

Perspectivas em Debate

Como Citar

Telles, V. da S. (2006). Mutações do trabalho e experiência urbana . Tempo Social, 18(1), 173-195. https://doi.org/10.1590/S0103-20702006000100010