Bancos na favela: relações entre agências bancárias e moradores de uma região urbana alvo de políticas de “pacificação”.

Autores

  • Lúcia Helena Müller Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2017.118415

Palavras-chave:

Financeirização, Inclusão financeira, Políticas públicas

Resumo

Este trabalho aborda a ação de agentes financeiros em contextos populares, tendo como pano de fundo políticas de governo voltadas para a chamada “inclusão financeira”. Ele se baseia em uma etnografia realizada no primeiro semestre de 2013 em uma região da periferia da cidade do Rio de Janeiro, onde, a partir de 2010, foram instaladas agências bancárias, na esteira das ações do Estado visando à “pacificação”, isto é, a tomada de controle do território até então sob domínio de organizações criminosas. Mediante a análise das estratégias desenvolvidas por um banco estatal e um banco privado, busco refletir sobre questões mais amplas, como a da atualização ou reconstrução de fronteiras sociais em processos de implantação de políticas que se propõem inclusivas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Lúcia Helena Müller, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

    Professora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. 

Referências

Abramovay, Ricardo (org.). (2004), Laços financeiros na luta contra a pobreza. São Paulo, Annablume/Fapesp/ads-cut/Sebrae.

Alves, Amanda Sanches. (2009), A vida social do cartão de crédito. Porto Alegre, trabalho de conclusão de curso, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Banco Central do Brasil. (2010), “Relatório de inclusão financeira, n. 1”. Brasília, bcb. Disponível em https://www.bcb.gov.br/Nor/relincfin/relatorio_inclusao_financeira.pdf, consultado em 22/1/2014.

Bazán Levy, Lucía; Saraví, Gonçalo A. (2012), La monetarización de la pobreza: estrategias financieras de los hogares mexicanos. Mexico, df, Publicaciones de la Casa Chata.

Candido, Luara Fernandes de. (2007), Crédito sob a ótica da terceira idade: significados da utilização do empréstimo pessoal para idosos. Porto Alegre, trabalho de conclusão de curso, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Castilhos, Rodrigo B. (2007), Subindo o morro: consumo, posição social e distinção entre classes populares. Porto Alegre, dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Das, Veena & Poole, Deborah. (2008), “El estado y sus márgenes: etnografías comparadas”. Cuadernos de Antropología Social, 27: 19-52.

Gloukoviezoff, Georges. (2006), “L’inclusion bancaire des particuliers: un nouveau défi pour l’État social?”. Annales Colloque État et Régulation Sociale. Paris, ces-Matisse. Disponível em https://gloukoviezoff.files.wordpress.com/2009/01/inclusion-bancaire-etat-social.pdf, consultado em 30/11/16.

Jardim, Maria. (2009), Entre a solidariedade e o risco: sindicatos e fundos de pensão em tempos de governo Lula. São Paulo, Annablume/Fapesp.

Kumar, Anjali (coord.). (2004), Brasil: acesso a serviços financeiros. Rio de Janeiro/ Washinton, dc, Ipea, Banco Mundial. Lazarus, Jeanne. (2010a), “L’épreuve du crédit”. Sociétés Contemporaines, 76: 17-40.

______. (2010b), “Le crédit à la consommation dans la bancarisation”. Entreprises et Histoire, 59: 28-40.

Mattoso, Cecília. (2005), Identidade, inserção social e acesso a serviços financeiros: um estudo na favela da Rocinha. Rio de Janeiro, tese de doutorado, Coppead, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Miguel, Antonia Celene. (2013), “Microcrédito no Brasil: uma agenda de política pública para o mercado de microfinanças”. Redd, 2 (4):183-204.

Müller, Lúcia Helena. (2009), “‘Então eu fui à luta!’: repensando as representações e práticas econômicas de grupos populares a partir de uma trajetória de ascensão social”. Política & Sociedade, 15 (8): 45-171.

______. (2012), “Os grupos de baixa renda e o crédito no cenário brasileiro”. In: Pinto, Michele & Pacheco, Janie (orgs.). Juventude, consumo e educação 4: reflexões, experiências e diálogos contemporâneos. Porto Alegre, espm, pp. 15-26.

______. (2014), “Negotiating debts and gifts: financialization policies and the economic experiences of low-income social groups in Brazil”. Vibrant, 1 (11):191-221.

______. (2015a), “Las finanzas en lo cotidiano: las políticas de inclusión y educación financiera en Brasil contemporâneo”. In: Wilkis, Ariel & Roig, Alexandre (orgs.). El laberinto de la moneda y las finanzas: la vida social de la economía. Buenos Aires, Biblos.

______. (2015b), “Negócios na periferia: olhar sobre o desenvolvimento do comércio de bens e serviços em uma comunidade carioca no contexto da implementação políticas de ‘pacificação’”. Anais do 17º Congresso Brasileiro de Sociologia. Porto Alegre, ufrgs.

Müller, Lúcia Helena & Vicente, Décio Soares. (2012), “Vão-se os anéis: uma abordagem antropológica do penhor como instrumento de crédito”. Redd, 2 (4): 105-019.

Ossandón, José (org.). (2011), Destapando la caja negra: sociologías de los créditos de consumo en Chile. Disponível em http://www.icso.cl/wp-content/uploads/2012/01/Destapando-la-Caja-Negra-Sociolog%C3%ada-de-los-Cr%C3%A9ditos-de-Consumo-Editado-por-Jos%C3%A9-Ossand%C3%B3n-Enero-2012.pdf, consultado em 25/1/2014.

Sen, Amartya. (2000), Desenvolvimento como liberdade. São Paulo, Companhia das Letras.

Villarreal, Magdalena (coord.). (2004), Antropología de la deuda: crédito, ahorro, fiado y prestado em las finanzas cotidianas. Mexico, df, Ciesa/Miguel Angel Porrua.

Weber, Florence. (2002), “Práticas econômicas e formas ordinárias de cálculo”. Mana, 2 (8):151-182.

______. (2009), “Le calcul économique ordinaire”. In Steiner, Philippe & Vatin, François (org.). Traité de sociologie économique. Paris, puf, pp. 367-410.

Wilkis, Ariel. (2013), Las sospechas del dinero: moral y economia en la vida popular. Buenos Aires, Paidós.

______. (2014), “Sociología del crédito y economía de las clases populares”. Revista Mexicana de Sociología, 2 (76): 225-252.

Downloads

Publicado

2017-04-15

Edição

Seção

Dossiê - Os sentidos sociais da economia

Como Citar

Bancos na favela: relações entre agências bancárias e moradores de uma região urbana alvo de políticas de “pacificação”. (2017). Tempo Social, 29(1), 89-107. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2017.118415