A sociedade de rostos. Mulheres sem rosto como indício de novo humanismo nas redes sociais

Autores

  • Isabelle Anchieta Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2016.106947

Palavras-chave:

Sociologia da Imagem, mulheres muçulmanas, redes sociais, individumanismo

Resumo

Neste artigo busco entender de que forma a crescente importância da imagem humana _gradativamente individualizada_ instaura e testemunha novas formas de organização e integração social no sec. XXI. Apresento como as imagens nas redes sociais podem agenciar mudanças na relação de poder entre os indivíduos, os Estados Nação, a cultura local e as desigualdades estereotípicas (étnicas, raciais e sexuais) em defesa de algo que os transcende e os liga. Momento em que o rosto emerge como imagem da humanidade.  Parto para esta reflexão de seu avesso: a ausência de uma face. O drama de mulheres paquistanesas que tiveram seus rostos desfigurados por ácido por seus companheiros _ uma prática cultural que se agrava desde o ano de 1999. Irei problematizar a circulação, o debate e a solidariedade que essa incomoda imagem despertou nas redes sociais brasileiras. Pretendo entender de que forma a violência contra a expressão mais visível da identidade social promove uma comoção para além das fronteiras nacionais e simbólicas, instaurando a ideia de humanidade.         

 

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Publicado

2016-12-07

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A sociedade de rostos. Mulheres sem rosto como indício de novo humanismo nas redes sociais. (2016). Tempo Social, 28(3), 243-261. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2016.106947