A máquina de fazer genocidas: memória e testemunho em O caso do homem errado
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2021.190071Palavras-chave:
Memória, Testemunho, Documentário brasileiro contemporâneo, Genocídio negro, O caso do homem erradoResumo
Tendo como base os conceitos de memória e testemunho e em diálogo com os autores Marcio Seligmann-Silva, Abdias do Nascimento e Achille Mbembe, no que se refere à memória do mal, à inscrição do testemunho em linguagens artísticas e à política de morte operada em sociedades ocidentais contemporâneas, faremos uma análise crítica do filme documentário O caso do homem errado, da diretora Camila de Moraes, percebendo como a narrativa é articulada e proposta em um sentido de esgarçamento da forma estilística e representacional na questão sobre a memória do genocídio contra a população negra brasileira. Ademais, o estudo se propõe a pensar os conceitos de representação e memória a partir da ética da arte, explorando os vínculos entre memória, testemunho e processos artísticos dentro do documentário brasileiro contemporâneo.
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