A linguagem cinematográfica como linguagem cotidiana

Autores

  • Roger Odin Université Sorbonne Nouvelle
  • Eduardo Paschoal de Sousa Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2021.190295

Palavras-chave:

Linguagem cinematográfica, Audiovisual, Comunicação, Semiopragmática

Resumo

Este artigo mostra como o celular ou, mais precisamente, o smartphone, permitiu, pela primeira vez na história do cinema, a instauração da linguagem cinematográfica como linguagem cotidiana, ou seja, como operador no espaço da comunicação cotidiana. Para isso, colocamos em evidência as principais funções dessa linguagem nesse espaço, analisamos sua forma e nos interrogamos sobre as consequências dessa mudança de status.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Roger Odin, Université Sorbonne Nouvelle

    Professor emérito em Ciências da Comunicação na Université Paris 3 – Sorbonne Nouvelle, onde dirigiu o Instituto de Pesquisa em Cinema e Audiovisual (Ircav, na sigla em francês), de 1983 a 2003. Teórico de tradição semiopragmática, publicou inúmeras obras, todas inéditas no Brasil: Cinéma et production de sens (A. Colin, 1990); De la fiction (De Boeck, 2000); e a mais recente Les espaces de communication (PUG, 2011), em que detalha a teoria e o método semio-pragmático. Odin se dedica ao cinema documentário, às produções amadoras e ao celular. Ele dirige, ao lado de L. Allard e L. Creton, o grupo de pesquisa Mobiles et création, no Ircav, e já publicou coletivamente as obras (inéditas no Brasil): Téléphone mobile et création, em colaboração com L. Allard e L. Creton (A. Colin, 2014); e Arts et mobiles, também em colaboração com os mesmos pesquisadores (coleção Théorème, Presses de la Sorbonne Nouvelle, 2017). Esteve no Brasil pela última vez em 2018, ocasião em que ministrou alguns seminários na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

  • Eduardo Paschoal de Sousa, Universidade de São Paulo

    Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Bolsista Fapesp, realizou estágio doutoral na Universidade Sorbonne Nouvelle – Paris 3 (2019-2020). Membro dos grupos de pesquisa MidiAto (USP) e Rede Metacrítica de Pesquisa em Cultura Midiática.

Referências

ALLARD, L. Express Yourself 3.0! Le mobile comme technologie pour soi et quelques autres entre double agir communicationnel et continuum disjonctif soma-technologique. In: ALLARD, L.; CRETON, L.; ODIN, R. (org.). Téléphone mobile et création. Paris: A. Colin, 2014. p. 139-162.

BALÁZS, B. Early film theory. Visible man and The Spirit of Film. Nova York: Berghahn Books; Oxford: Screen, 2010.

BATIONO, A.; ZOUINAR, M. Les usages amateurs de la vidéo sur téléphone mobile. Réseaux, Paris, n. 156, p. 141-164, 2009.

BAZIN, A. Montage interdit. In: BAZIN, A. Qu’est-ce que le cinéma ? Paris: Cerf, 1958. p. 117-130.

BETTETINI, G. La conversazione audiovisiva. Problemi dell’enunciazione filmica e televisiva. Milão: Bompiani, 1984.

CASETTI, F.; ODIN, R. De la paléo à la néo-télévision. Communications, Paris, n°51 p. 9-26, 1990.

COHEN-SÉAT, G. Essai sur les principes d’une philosophie du cinéma. Paris: PUF, 1958.

CRETON, L. Le marché du caméscope. Innovation et logique de développement. In: ODIN, R (org.). Le film de famille, usage privé, usage public. Paris: Méridiens-Klincksieck, 1995. p. 191-206.

DE CERTEAU, M. L’invention du quotidien. Tome I : Arts de faire. Paris: 10/18: U.G.E., 1980.

DELAVAUD, G. L’art de la télévision. Histoire et esthétique de la dramatique télévisée (1950-1965). Bruxelas: de Boeck, 2006.

FERRARIS, M. T’es où ? Ontologie du téléphone mobile. Paris: Albin Michel, 2006.

FOUCAULT, M. Dits et ecrits 1976-1988. Paris: Gallimard, 2001.

GAUDREAULT, A.; MARION, P. La fin du cinéma ? Un média en crise à l’ère du numérique. Paris: A. Colin, 2013.

GOODY, J. La raison graphique. La domestication de la pensée sauvage. Paris: Minuit, 1979.

GUNTHERT, A. L’image partagée. La photographie numérique. Paris: Textuel, 2015.

JENNY, L. La vie esthétique. Stases et flux. Verdier: Lagrasse, 2013.

KERBRAT-ORECCHIONI, C. La conversation. Paris: Seuil, 1996a.

KERBRAT-ORECCHIONI, C. Les interactions verbales. Paris: A. Colin, 1996b.

LACASSE, G. Intermédialité, deixis et politique. CiNéMAS, Paris, v. 10, n. 2-3, p. 85-104, 2000.

LACASSE, G. L’accent aigu du cinéma oral. In: STÉPHANE-ALBERT, B. (org.). Le cinéma au Québec : tradition et modernité. Montreal: Fides, 2006. p. 47-60.

LACASSE, G. Laissez passer pour une ouverture, ou la théorie du cinéma entre oralité et littérature. In: FROGER, M.; MÜLLER, J. (org.). Intermédialité et socialité. Münster: Nodus, 2007. p. 57-67.

MAFFESOLI, M. La Conquête du présent. Pour une sociologie de la vie quotidienne. Paris: PUF, 1979.

MANOVITCH, L. Language of new media. Cambridge: Mass: MIT Press, 2001.

METZ, C. L’énonciation impersonnelle ou le site du film. Paris: Meridiens Klincksieck, 1991.

ODIN, R. Le langage cinématographique comme langage ordinaire. HAL, Paris, 2017. Disponível em: https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-01654243. Acesso em: 10 ago. 2021.

ODIN, R. The mobile phone, cinema and archiving logic. In: GIORDANO, F.; PERRON, B. (org.). The archives, post-cinema and videogame between memory and the image of the present. Milão: Mimesis International, 2015. p. 51-60.

ODIN, R. Cinéma et téléphone portable. Approche sémio-pragmatique. In: CRETON, L.; JULLIER, L.; MOINE, R. (org.). Le cinéma en situation. Experiences et usages du film, Théorème 15. Paris: PSN, 2012a. p. 79-88.

ODIN, R. E giunta l’era dei linguaggio cinematografico. Bianco et Nero, Romsa, v. LXXI, n. 568, p. 7-17, 2010a.

ODIN, R. La question de l’amateur dans trois espaces de réalisation et de diffusion. Communications, Paris, n° 68, p. 47-83, 1999.

ODIN, R. Le film de famille dans l’institution familiale. In: ODIN, R. Le film de famille, usage privé, usage public. Paris: Méridiens-Klincksieck, 1995. p. 27-42.

ODIN, R. Questions posées à la théorie du cinéma par les films tournés sur téléphone portable. In: CASETTI, F.; GAINES, J. Dall inizio, alla fine. Teorie del cinema in prospettiva. Udine: Presses Universitaires d’Udine: Forum Udine, 2010b. p. 363-373.

ODIN, R. Spectator, film and the mobile phone. In: CHRISTIE, I. Audiences. Defining and researching screen entertainment reception. Amsterdam: Amsterdam University Press, 2012b. p. 155-169.

ODIN, R. Les espaces de communication. Introduction à la sémio-pragmatique. Grenoble: PUG, 2011.

PEREC, G. Approche de quoi. In: PEREC, G. Le pourrissement des sociétés. Paris: Cause commune, 1975. p. 251-255.

SAPIO, G. La pratique des home movies. Culture audiovisuelle et genèse de la méta-famille. Tese (Doutorado em Estudos Cinematográficos) – Université de Paris III – Sorbonne Nouvelle, Paris, 2015.

SCHEFER, J.-L. L’homme ordinaire au cinéma. Paris: Cahiers du Cinéma: Gallimard, 1980.

SOULEZ, G. La délibération des images. Vers une nouvelle pragmatique du cinéma et de l’audioviduel. Communication & langages, Paris, n. 176, p. 3-32, 2013.

TISSERON, S. L’intimité surexposée. Paris: Hachette, 2001.

WINNICOTT, D. Conversations ordinaires. Paris: Gallimard, 1988.

Downloads

Publicado

2021-12-29

Edição

v. 15 n. 30 (2021)

Seção

Artigos

Licença

Copyright (c) 2021 Roger Odin; Eduardo Paschoal de Sousa

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Declaro a total e irrestrita cessão de direitos autorais sobre o texto enviado para publicação na Rumores – Revista Online de Comunicação, Linguagem e Mídias. Entendo que o conteúdo do artigo é de minha inteira responsabilidade, inclusive cabendo a mim a apresentação de permissão para uso de imagens, ilustrações, tabelas, gráficos de terceiros que, porventura, venham a integrá-lo.

Como Citar

ODIN, Roger. A linguagem cinematográfica como linguagem cotidiana. RuMoRes, [S. l.], v. 15, n. 30, p. 203–225, 2021. DOI: 10.11606/issn.1982-677X.rum.2021.190295. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/Rumores/article/view/190295.. Acesso em: 15 out. 2024.