Michel Foucault e a comunicação como acontecimento

Autores

  • Ciro Marcondes Filho Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2007.51092

Palavras-chave:

Inconsciente do saber, hermenêutica da comunicação, teoria dos incorpóreos, teoria do acontecimento, poder.

Resumo

No início, preocupado com a descontinuidade anônima do saber, Foucault vai atrás das teorias da representação; posteriormente, constatando a falência do discurso humanista, realiza, com o apoio de Freud, Marx e Nietzsche, sua “escavação das alturas” a fim de trabalhar o perverso embutido da linguagem e praticar o “pensamento a partir do exterior”. Sua proposta de pesquisar as estruturas subjacentes do saber convive em harmonia com a teoria dos incorpóreos que Foucault parece utilizar. Entretanto, nem tudo está bem explicado: seu enaltecimento da lingüística no século 20, com suas incríveis capacidades para matematizar e formalizar o pensamento, que a aproximam inequivocamente da totalidade do estruturalismo, não combinam com a pesquisa do acontecimento, de filiação estóica. Mais ainda: o sujeito, que ele pretendeu extirpar, continua a sobreviver na forma pulverizada; a liberdade, de herança sartreana, que ele apregoa, também é repressora e a noção de poder, central em suas obras, não parece ter sido totalmente desacoplada de uma visão metafísica.

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Biografia do Autor

  • Ciro Marcondes Filho, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).
    Professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP.

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Publicado

2007-12-25

Edição

Seção

Artigos

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