As faces do trabalho: representações sociais nas telas Trabalhadoras e Operários e no filme Nomadland

Autores

  • Lucas Gamonal Barra de Almeida Instituto Federal de São Paulo
  • Valmir Moratelli Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
  • Tatiana Siciliano Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2022.200391

Palavras-chave:

Trabalho, Precarização, Representação, Pintura, Narrativas audiovisuais

Resumo

Da homogeneização do operário no começo do século XX à individualização exacerbada no século XXI, este trabalho investiga as possíveis interpretações sobre a representação do trabalhador em três obras: Trabalhadoras (1900), do pintor alemão Hans Baluschek (1870-1935), Operários (1933), da pintora brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973), e o filme estadunidense Nomadland (2020), da chinesa Chloé Zhao. Usando como metodologia a descrição interpretativa desses objetos, possibilita-se uma discussão sobre as alterações nas formas de trabalho nas grandes cidades a partir de leituras sobre o tema. Como conclusão, traz-se uma visão crítica das práticas capitalistas, diante da precarização do trabalho e da supressão da sensação de pertencimento de classe entre os indivíduos. Assim, o olhar melancólico representado nessas diferentes telas traduz a percepção sobre o modo de vida a que essas pessoas são submetidas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Lucas Gamonal Barra de Almeida, Instituto Federal de São Paulo

    Doutor em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Professor Substituto do Instituto Federal de São Paulo – Campus Campos do Jordão.

  • Valmir Moratelli, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

    Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Rio. Integrante do grupo de pesquisa “Narrativas da vida moderna na cultura midiática – dos folhetins às séries audiovisuais”

  • Tatiana Siciliano, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

    Doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ. Diretora do Departamento de Comunicação e Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Rio.

Referências

ALVARENGA, D.; SILVEIRA, D. Desemprego recua para 14,1% no 2º trimestre, mas ainda atinge 14,4 milhões, aponta IBGE. G1, Rio de Janeiro, 31 ago. 2021. Economia. Disponível em: http://glo.bo/3zrDIzA. Acesso em: 13 set. 2021.

AMARAL, T. Operários. 1933. Pintura, óleo sobre tela, 230 cm x 150 cm. Disponível em: https://bit.ly/3zlKKpv. Acesso em: 15 set. 2021.

ANTUNES, R. Século XXI: nova era da precarização estrutural do trabalho? In: ANTUNES, R.; BRAGA, R. (org.). Infoproletários: degradação real do trabalho virtual. São Paulo: Boitempo, 2009.p. 16-55.

ARIMATHEA, B. Jeff Bezos é criticado após viagem espacial por condições trabalhistas da Amazon. CNN Brasil, São Paulo, 21 jul. 2021. Business. Disponível em: https://bit.ly/3xgU63a. Acesso em: 16 set. 2021.

BALUSCHEK, H. Trabalhadoras. 1900. Pintura, óleo sobre tela. Disponível em: https://bit.ly/3P18R1s. Acesso em: 30 jun. 2022.

BOLTANSKI, L.; CHIAPELLO, È. O novo espírito do capitalismo. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.

CRARY, J. 24/7: Capitalismo tardio e os fins do sono. São Paulo: Cosac & Naify, 2014.

DIDI-HUBERMAN, G. Povos expostos, povos figurantes. Vista, Braga, n. 1, p. 16-31, 2017.

DURKHEIM, É. Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

ELIAS, N. Os alemães: a luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

FREIRE-MEDEIROS, B.; TELLES, V. S.; ALLIS, T. Por uma teoria social on the move. Tempo Social, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 1-16, 2018.

HALL, S. Quem precisa da identidade? In: SILVA, T. T. (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 109-115.

JAMES, J. The real Nomadland is about gig labour, not van culture. Medium, [s. l.], 20 abr. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3O1SL7h. Acesso em: 15 set. 2021.

LEAL, V. N. Conceituação e consequência do “coronelismo”. In: MENEZES, Djacir (org.). O Brasil no pensamento brasileiro. Brasília, DF: Editora do Senado Federal, 1998. (Coleção Brasil 500 Anos). p. 276-277.

LIPOVETSKY, G. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004.

MARX, K. The capital. Londres: Lawrence and Wishart, 1974.

MORATELLI, V. Representações do trabalho na velhice: o que nos dizem os idosos de A Dona do Pedaço? Revista Albuquerque, Aquidaunana, v. 12, n. 24, p. 183-197, 2020.

MUANIS, F. O caminho do olhar: entre as pinturas e as vinhetas de televisão. Significação: Revista de Cultura Audiovisual, São Paulo, v. 38, n. 35, p. 109-128, 2011.

NOMADLAND. Direção: Chloé Zhao. Produção: Frances McDormand, Peter Spears, Mollye Asher, Dan Janvey e Chloé Zhao. Roteiro: Chloé Zhao. Los Angeles: Searchlight Pictures, 2020. 1 disco blu ray (ca. 108 min).

O ESTRANGEIRO. Intérprete: Caetano Veloso. Compositor: Caetano Veloso. In: Estrangeiro. Intérprete: Caetano Veloso. [S. l.]: Elektra Musician, 1989. 1 CD. Faixa 1.

ORTIZ, R. Mundialização e cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

RODRIGUES, A. Resenha: 24/7 — capitalismo tardio e os fins do sono. São Paulo: Ubu, [2016]. Disponível em: https://bit.ly/3xthcVL. Acesso em: 13 set. 2021.

SÁNCHEZ-VALLEJO, M. A. A luta sindical que a Amazon quer sufocar. El País, Nova York, 28 fev. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3O0KCji. Acesso em: 16 set. 2021.

SILVA, L. A. M. Sociabilidade violenta: por uma interpretação da criminalidade contemporânea no Brasil urbano. Sociedade e Estado, Brasília, DF, v. 19, n. 1, 2011.

SLEE, T. Uberização: a nova onda do trabalho precarizado. São Paulo: Elefante, 2017.

Downloads

Publicado

2022-07-26

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

As faces do trabalho: representações sociais nas telas Trabalhadoras e Operários e no filme Nomadland. RuMoRes, [S. l.], v. 16, n. 31, p. 311–334, 2022. DOI: 10.11606/issn.1982-677X.rum.2022.200391. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/Rumores/article/view/200391.. Acesso em: 29 mar. 2024.