Epidemiologia da paralisia cerebral

Autores

  • Tamara Rodrigues Pato Faculdade de Ciências Médicas de Santos
  • Thais Rodrigues Pato Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina
  • Daniel Rúbio de Souza Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina
  • Heitor Pons Leite Faculdade de Ciências Médicas de Santos

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20020004

Palavras-chave:

Paralisia Cerebral/etiologia, Paralisia Cerebral/epidemiologia, Expectativa de Vida

Resumo

Introdução: existe grande interesse em encontrar um fator etiológico determinante para a paralisia cerebral, pois seria possível realizar uma abordagem profilática para a doença. Na literatura são acusados diversos fatores de risco, e muitos autores sugerem que seja uma doença multifatorial.Também se pesquisou sobre possíveis fatores protetores, expectativa de vida e principais causas de morte, visando encontrar possíveis formas de prevenção de acidentes ou de melhora de qualidade de vida. Materiais e métodos: revisão sistemática da literatura, baseada em 40 artigos encontrados nos sites da Bireme, Lilacs e Pubmed, além de dois livros de edição recente. Resultados: os fatores de risco mais citados foram hipóxia perinatal, prematuridade e infecção materna intra-uterina. Outros fatores apontados são gestação múltipla, corioamnionite e trombofilia. O uso de corticóide no período antenatal foi referido como fator protetor. Alguns autores também referem pré-eclâmpsia e a administração de sulfato de magnésio, entretanto, ainda há controvérsias.As principais causas de morte apontadas foram as respiratórias, principalmente as pneumonias. Outras causas são obstrução intestinal (como volvo), afogamentos e atropelamentos. Conclusão: não existe um fator determinante específico para a paralisia cerebral (PC). A hipóxia e a isquemia perinatal têm maior contribuição que outros fatores, mas dependem da intensidade e do período em que ocorrem. Os trabalhos sobre fatores protetores são insuficientes para confirmar sua real eficácia. A principal causa de morte são as doenças respiratórias. É possível reduzir a incidência de afogamentos e atropelamentos por meio de orientação e reabilitação.

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Publicado

2002-08-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Pato TR, Pato TR, Souza DR de, Leite HP. Epidemiologia da paralisia cerebral. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de agosto de 2002 [citado 9º de dezembro de 2024];9(2):71-6. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/102365