Fisiopatologia da fibromialgia

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DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20040002

Palavras-chave:

Fibromialgia, Fisiopatologia, Dor Generalizada, Serotonina

Resumo

A fibromialgia é caracterizada por dor crônica, generalizada e pela presença de pontos dolorosos à palpação de regiões específicas do corpo. Estudos concordam quanto à concentração de pacientes na quinta década de vida, associação com o sexo feminino e fatores socioeconômicos como baixos níveis educacionais, baixa renda e estar divorciado. As hipóteses de alterações anatomopatológicas para a fisiopatologia desta síndrome foram descartadas e os achados nesses sentido foram creditados ao sedentarismo. Os mecanismos mais aceitos para o entendimento fisiopatológico da fibromialgia no momento envolvem o desequilíbrio entre a percepção dolorosa e os mecanismos de modulação dessas vias aferentes. Níveis elevados de substância P em líquor e níveis reduzidos de serotonina e seus precursores em líquor, soro e plaquetas são sugestivos desses desequilíbrios, uma vez que a substância P é mediadora das vias aferentes enquanto a serotonina medeia a inibição da dor. Outra explicação para a alteração da atividade da serotonina seria o polimorfismo dos receptores de serotonina, o que pode explicar também o agrupamento familiar desses pacientes. Alterações cerebrais em porções rostrais ao tálamo poderiam ser responsáveis pela percepção elevada de estímulos ambientais, com a conseqüente perversão de informações proprioceptivas, térmicas e táteis ou pressórica em sensações dolorosas. Finalmente, os mecanismos reducionistas de explicação fisiopatológica da fibromialgia não têm encontrado respaldo na literatura e explicações multicausais são as mais aceitas, incluindo os mecanismos psicossociais, que não foram abordados neste artigo.

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Publicado

2004-08-09

Edição

Seção

Artigo de Revisão

Como Citar

1.
Riberto M, Pato TR. Fisiopatologia da fibromialgia. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de agosto de 2004 [citado 9º de outubro de 2024];11(2):78-81. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/102482