Escala Salsa e grau de Incapacidades da Organização Mundial de Saúde: avaliação da limitação de atividades e deficiência na hanseníase

Autores

  • Eliyara Ikehara Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina
  • Susilene Maria Tonelli Nardi Instituto Adolfo Lutz, São José do Rio Preto
  • Iracema Serrat Vergotti Ferrigno Universidade Federal de São Carlos
  • Heloisa da Silveira Paro Pedro Centro de Laboratórios Regionais - Instituto Adolfo Lutz, São José do Rio Preto
  • Vânia Del’Arco Paschoal Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20100001

Palavras-chave:

Hanseníase, Atividades Cotidianas, Epidemiologia, Morbidade, Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

Resumo

Verificar o grau de incapacidades da OMS (GI-OMS) e a limitação de atividades avaliada pela escala Screening of Activity Limitation and Safety Awareness (SALSA) pós-alta medicamentosa dos pacientes que tiveram hanseníase. Estudo transversal que incluiu pacientes tratados entre 2007 a 2009, em São José do Rio Preto-SP, Brasil. Utilizouse protocolo próprio para coletar dados gerais e clínicos, construído com base no Check List da Classificação Internacional Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. A deficiência foi medida pelo GI-OMS e a limitação de atividades pelo SALSA que tem variação de 10 a 80 e ponto de corte ≥25. De 84 pessoas tratadas no período, 54(64,3%) foram entrevistadas, sendo 31(57,4%) homens, idade 53,8(dp16,3) e 33(61,2 %) possuía até 6 anos de educação formal. A forma clinica dimorfa predominou 17(32,1%), 21(38,9%) considerou sua saúde física “boa”. A analise dos escores SALSA e variáveis estudadas resultou em significância aos que relataram lesão significante (valor-p=0,04), baixa renda familiar (valor-p=0,04), baixa escolaridade (valor-p=0,00), formas clínicas multibacilares (valor-p=0,01) e deficiências avaliadas pelo GI-OMS (valor-p=0,01). As limitações de atividades são freqüentes (57,4%), assim como as deficiências medidas pelo GI-OMS (68,5%), atingem as formas multibacilares, pessoas que relataram lesão significante, de baixa renda e escolaridade.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Barbosa JC, Ramos Jr NA, Alencar MJF, Castro CGJ. Pós-alta em Hanseníase no Ceará: limitação da atividade funcional, consciência de risco e participação social. Rev Bras Enferm. 2008;61(Esp):727-33.

Lehman LF, Orsini MBP, Grossi MAF, Villarroel MF. A mão na hanseníase. In: Freitas PP. Reabilitação da mão. São Paulo: Atheneu; 2006. p. 301-18.

Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de atenção básica: vigilância em saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2007.

Brasil. Ministério da Saúde. Vigilância em Saúde: situação epidemiológica da hanseníase no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2008.

World Health Organization. Global strategy for funther reducing the leprosy burder and sustaining leprosy control activities 2006-2010. Geneva: WHO; 2005.

Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 6 ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2005.

Brasil. Ministério da Saúde. Informe da Atenção Básica nº 42. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2007.

Federação Internacional de Associações Anti-Hanseníase (ILEP). Guia para reabilitação sócio-econômica de pessoas afetadas pela hanseníase. Londres: ILEP; 1999.

Brasil. Ministério da Saúde. Guia para o controle da hanseníase. Brasil: Ministério da Saúde; 2002.

Paschoal VDA, Nardi SMT, Cury MRCO, Lombardi C, Virmond MCL, Silva RMDN, et al. Criação de banco de dados para sustentação da pós-eliminação em hanseníase. Ciênc saúde coletiva. 2011;16(suppl.1):1201-10.

Brasil. Ministério da Saúde. Manual de prevenção de incapacidades: cadernos de prevenção e reabilitação em hanseníase. 3 ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2008.

Brasil. Ministério da Saúde. Hanseníase e direitos humanos: direitos e deveres dos usuários do SUS. Brasília: Ministério da Saúde; 2008.

Global Strategy for Funther Reducing the Leprosy Burder and Sustaining Leprosy Control Activities 2006-2010. New Delhi: WHO; 2006.

Consensus statement on prevention of disability. Lepr Rev. 2006;77:387-95.

Van Veen NH, McNamee P, Richardus JH, Smith WC. Cost-effectiveness of interventions to prevent disability in leprosy: a systematic review. PLoS One. 2009;4(2):e4548.

Escala SALSA: pacote de teste beta [programa de computador]. Versão 1.0. 2004. [citado 2010 Nov 16]. Disponível em: http://www.almbrasil.com.br/arquivos/Escala%20salsa.doc

Mello MAF, Mancini MC. Métodos e técnicas de avaliação nas áreas de desempenho ocupacional: avaliação das atividades de vida diária e controle domiciliar. In: Cavalcanti A, Galvão C. Terapia Ocupacional: fundamentação e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007. p. 519-25.

Foti D. Atividades da vida diária. In: Pedretti LW, Early MB. Terapia ocupacional: capacidades práticas para disfunções físicas. 5 ed. São Paulo: Roca; 2005. p.132-83.

Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Centro de Vigilância Epidemiológica. Hanseníase [texto na Internet]. São Paulo: SESSP [citado 2010 Nov 16]. Disponível em: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hans/Hans_prevgve08.htm

Pereira AJ, Helene LMF, Pedrazini ES, Martins CL, Vieira CSCA. Atenção básica de saúde e a assistência em hanseníase em serviços de saúde de um município do estado de São Paulo. Rev Bras Enferm. 2008;61(Esp):716-25.

Fenley JC, Santiago LN, Nardi SMT, Zanetta DMT. Limitação de atividades e participação social em pacientes com diabetes. Acta Fisiatr. 2009;16(1):14-8.

Buchalla MC. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Acta Fisiatr. 2003;10(1):29-31.

Farias N, Buchalla CM. A classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde da organização mundial da saúde: conceitos, usos e perspectivas. Rev Bras Epidemiol. 2005;8(2):187-93.

Sampaio RF, Mancini MC, Gonçalves GGP, Bittencourt NFN, Miranda AD, Fonseca ST. Aplicação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) na prática clínica do fisioterapeuta. Rev Bras Fisioter. 2005;9(2):129-36.

CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. São Paulo: Edusp; 2003.

Ramos JMH. Souto FJD. Incapacidade pós tratamento em pacientes hansenianos em Várzea Grande, Estado de Mato Grosso. Rev Soc Bras Med Trop. 2010;43(3):293-7.

Brasil. Ministério da Saúde. Hanseníase atividades de controle e manual de procedimentos. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2004.

Sobrinho RAS, Mathias TAF, Gomes EA, Lincoln PB. Avaliação do grau de incapacidade em hanseníase. Rev Latino-Am Enfermagem. 2007;15(6):1125-30.

Girardi DR. Bulegon H. Barra CMM. A decision support system based on Leprosy Scales. Int J Biol Life Sci.2012;8(4):193-7.

Rafael AC. Pacientes em tratamento e pós alta em hanseníase: estudo comparativo entre os graus de incapacidades preconizados pelo ministério da saúde correlacionando-os com as escalas Salsa e Participação Social [dissertação]. Brasília (DF): Universidade de Brasília; 2009.

Moschioni C, Antunes CM, Grossi MA, Lambertucci JR. Risk factors for physical disability at diagnosis of 19,283 new cases of leprosy. Rev Soc Bras Med Trop. 2010;43(1):19-22.

Lima MAR, Prata MO. Moreira D. Perfil da hanseníase no Distrito Federal no período de 2000 a 2005. Comun Ciênc Saúde. 2008;19(2):163-70.

Aquino DMC, Caldas AJM, Silva AAM, Costa JML. Perfil dos pacientes com hanseníase em área hiperendêmica da Amazônia do Maranhão, Brasil. Rev Soc Bras Med Trop. 2003;36(1):57-64.

Duarte MTC, Ayres JA, Simonetti JP. Perfil socioeconômico e demográfico de portadores de hanseníase atendidos em consulta de enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem. 2007;15(Esp):774-9.

Slim FJ, van Schie CH, Keukenkamp R, Faber WR, Nollet F. Effects of impairments on activities and participation in people affected by leprosy in The Netherlands. J Rehabil Med. 2010;42(6):536-43.

Nardi SMT, Paschoal VD, Zanetta DMT. Freqüência de avaliações e seu impacto na prevenção das incapacidades físicas durante o tratamento dos pacientes com hanseníase. Hansen Int. 2005; 30(2):157-66.

Downloads

Publicado

2010-12-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Ikehara E, Nardi SMT, Ferrigno ISV, Pedro H da SP, Paschoal VD. Escala Salsa e grau de Incapacidades da Organização Mundial de Saúde: avaliação da limitação de atividades e deficiência na hanseníase. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de dezembro de 2010 [citado 25º de abril de 2024];17(4):169-74. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103386