Prevalência de dor osteomuscular em profissionais de enfermagem de equipes de cirurgia em um hospital universitário

Autores

  • Cristiane da Rocha Vidor
  • Mahmud Ahmad Ismail Mahmud Hospital de Clínicas de Porto Alegre
  • Leonardo Fontanive Farias Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
  • César Augusto Silva
  • Juliana Nery Ferrari Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • João Carlos Comel Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Maurice Zanini Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Rosane Maria Nery
  • Antônio Cardoso dos Santos Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Marco Antônio Stefani Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20140002

Palavras-chave:

Transtornos Traumáticos Cumulativos, Enfermagem de Centro Cirúrgico, Qualidade de Vida

Resumo

Dentre as profissões da área da saúde, a enfermagem, em particular, tem sido afetada pelos distúrbios musculoesqueléticos produzindo alterações na vida desses trabalhadores, impossibilitando-os de realizarem atividades cotidianas e laborais. Objetivo: Investigar a prevalência de dor osteomuscular e a associação com a qualidade de vida em profissionais de enfermagem que atuam em equipes de cirurgia no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Método: Estudo transversal realizado entre março de 2011 e janeiro de 2012, em um hospital universitário terciário do sul do Brasil. Foram avaliados 110 trabalhadores de enfermagem das equipes de cirurgia. Foram excluídos os trabalhadores em licença saúde, férias ou outro tipo de afastamento durante o período de coleta dos dados. A dor osteomuscular foi avaliada através do questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares e a qualidade de vida foi avaliada através do questionário Medical Outcomes Study 36 - Item Short-Form Survey (SF-36). As relações entre dor osteomuscular e qualidade de vida foram analisadas através do Teste U de Mann-Whitney, utilizando nível de significância de 95%. Resultados: A prevalência de dor osteomuscular encontrada neste estudo foi de 91,81%. Com relação às regiões anatômicas, considerou-se as queixas de dor osteomuscular retroativo há doze meses, onde o predomínio foi de dor no pescoço (56%) e ombros (56%). Quando consideramos afastamento por dor osteomuscular encontramos a prevalência de dor lombar (34%). O grupo que não relatou dor osteomuscular apresentou melhores índices de qualidade de vida nos domínios de capacidade funcional, aspectos físicos, dor, vitalidade, aspectos sociais e saúde mental. Conclusão: A dor osteomuscular apresenta maior prevalência nas regiões do pescoço e ombros. Além disso, o maior número de afastamentos ocorre por prevalência de dor lombar entre os trabalhadores de enfermagem das equipes de cirurgia. A dor influenciou na qualidade de vida afetando seis dos domínios avaliados.

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Publicado

2014-03-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Vidor C da R, Mahmud MAI, Farias LF, Silva CA, Ferrari JN, Comel JC, et al. Prevalência de dor osteomuscular em profissionais de enfermagem de equipes de cirurgia em um hospital universitário. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de março de 2014 [citado 19º de abril de 2024];21(1):6-10. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103819