Exercício físico na osteogênese imperfeita

Autores

  • Mateus Betanho Campana Hospital Infantil Hematológico Dr. Domingos A. Boldrini
  • Vanessa Fabiana da Costa Sannomiya Hospital Infantil Hematológico Dr. Domingos A. Boldrini
  • Lucilene Ferreira Universidade Sagrado Coração
  • Angela Nogueira Neves Betanho Campana Universidade Sagrado Coração

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20140018

Palavras-chave:

Osteogênese Imperfeita, Exercício, Literatura de Revisão como Assunto

Resumo

A osteogênese imperfeita (OI) é um distúrbio hereditário do tecido conjuntivo, caracterizada por fragilidade óssea e baixa densidade óssea, com um amplo espectro de expressão clínica. O exercício físico orientado é reconhecido como uma prática relevante no tratamento conservador. Objetivo: Reunir e sistematizar o conhecimento referente à avaliação física, indicação de exercícios, progressão de carga e sistemática de treinamento para pessoas com OI. Método: As bases de dados SciELO, LILACS, MedLine, Scopus, PubMed, Web of Science, PEDro e a Cochrane BVS foram usadas para busca. Dois pesquisadores independentes selecionaram os estudos elegíveis. Todos os estudos clínicos randomizados, estudos exploratórios transversais, relatos de casos clínicos e relatos de experiências nos quais houvesse a descrição dos exercícios físicos empregados, testes utilizados para avaliação física, regras gerais para conduta de um programa de exercícios e descrição dos efeitos dos exercícios foram incluídos. Resultados: A busca eletrônica resultou em um total de 961 referências publicadas em inglês, português, francês e alemão. Aplicando-se os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos, 9 estudos foram selecionados, sendo apenas dois estudos clínicos. Todas as recomendações e conclusões dizem respeito às condutas adequadas para crianças, já que todos os estudos tinham este público como alvo. Apenas dois estudos incluiriam amostras de adolescentes até 12 anos. Os tipos de OI investigados foram os tipos I e IV, sendo que algumas recomendações foram estendidas aos outros tipos de OI. A natação é o exercício físico mais recomendado. Exercícios de força, com progressão de carga leve são também recomendados, assim como exercícios aeróbios em bicicleta, estacionária ou não. Há alguns cuidados no manejo e no atendimento deste público que devem ser observados, para evitar danos. Conclusão: Foi possível obter alguma sistematização e orientações para a condução de intervenções com exercícios físicos, mas são ainda escassas as evidências que suportam a prescrição e a conduta na progressão do treinamento para pessoas com OI.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Byers PH, Steiner RD. Osteogenesis imperfecta. Annu Rev Med. 1992;43:269-82. DOI: http://dx.doi.org/10.1146/annurev.me.43.020192.001413

Engelbert RH, Pruijs HE, Beemer FA, Helders PJ. Osteogenesis imperfecta in childhood: treatment strategies. Arch Phys Med Rehabil. 1998;79(12):1590-4. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0003-9993(98)90426-9

Centro de Referencia de Osteogênese Imperfeita [Texto na Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz; c2010 [citado 2013 Set 09]. Disponível em: http://www.fiocruz.br/oi/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home

Wirth T. Osteogenesis imperfecta. Orthopade. 2012;41(9):773-82. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s00132-012-1959-y

Baldridge D, Schwarze U, Morello R, Lennington J, Bertin TK, Pace JM, et al. CRTAP and LEPRE1 mutations in recessive osteogenesis imperfecta. Hum Mutat. 2008;29(12):1435-42. DOI: http://dx.doi.org/10.1002/humu.20799

Forlino A, Cabral WA, Barnes AM, Marini JC. New perspectives on osteogenesis imperfecta. Nat Rev Endocrinol. 2011;7(9):540-57. DOI: http://dx.doi.org/10.1038/nrendo.2011.81

Coppin C, Eeckhout Y. L'ostéogenèse imparfaite des mutations aux phenotypes. Med sciences. 1995;6(11):853-9.

Byers PH, Wallis GA, Willing MC. Osteogenesis imperfecta: translation of mutation to phenotype. J Med Genet. 1991;28(7):433-42. DOI: http://dx.doi.org/10.1136/jmg.28.7.433

Rauch F, Glorieux FH. Osteogenesis imperfecta. Lancet. 2004;363(9418):1377-85. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(04)16051-0

Pyertz RE, Levin LS. Aortic root dilatation and valvular dysfuntion in Osteogenesis imperfecta. Circulation. 1981;64:1193A.

Sillence DO, Senn A, Danks DM. Genetic heterogeneity in osteogenesis imperfecta. J Med Genet. 1979;16(2):101-16. DOI: http://dx.doi.org/10.1136/jmg.16.2.101

Plotkin H, Rauch F, Bishop NJ, Montpetit K, Ruck-Gibis J, Travers R, et al. Pamidronate treatment of severe osteogenesis imperfecta in children under 3 years of age. J Clin Endocrinol Metab. 2000;85(5):1846-50.

Stoltz MR, Dietrich SL, Marshall GJ. Osteogenesis imperfecta. Perspectives. Clin Orthop Relat Res. 1989;(242):120-36.

Yochum TR, Kulbaba S, Seibert RE. Osteogenesis imperfecta in a weightlifter. J Manipulative Physiol Ther. 2002;25(5):334-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1067/mmt.2002.124418

Jansen JA, Haddad FS. Distal patellar tendon avulsion fracture in a football player with osteogenesis imperfecta. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2012;20(2):327-30. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s00167-011-1595-9

Reith K. Olympic Medal winner Doug Herland: rises to the occasion. Olympian. 1985;11(7):8-11.

Haskell WL, Lee IM, Pate RR, Powell KE, Blair SN, Franklin BA, et al. Physical activity and public health: updated recommendation for adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Med Sci Sports Exerc. 2007;39(8):1423-34. DOI: http://dx.doi.org/10.1249/mss.0b013e3180616b27

van Brussel M, Takken T, Uiterwaal CS, Pruijs HJ, Van der Net J, Helders PJ, et al. Physical training in children with osteogenesis imperfecta. J Pediatr. 2008;152(1):111-6. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jpeds.2007.06.029

Takken T, Terlingen HC, Helders PJ, Pruijs H, Van der Ent CK, Engelbert RH. Cardiopulmonary fitness and muscle strength in patients with osteogenesis imperfecta type I. J Pediatr. 2004;145(6):813-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jpeds.2004.08.003

Guedes DP, Guedes JERP. Manual prático para avaliação em educação física. Barueri: Manole; 2006.

Buchfuhrer MJ, Hansen JE, Robinson TE, Sue DY, Wasserman K, Whipp BJ. Optimizing the exercise protocol for cardiopulmonary assessment. J Appl Physiol Respir Environ Exerc Physiol. 1983;55(5):1558-64.

Godfrey S. Exercise testing in children. London: W. B. Saunders; 1974.

Binder H, Hawks L, Graybill G, Gerber NL, Weintrob JC. Osteogenesis imperfecta: rehabilitation approach with infants and young children. Arch Phys Med Rehabil. 1984;65(9):537-41.

Gerber LH, Binder H, Weintrob J, Grange DK, Shapiro J, Fromherz W, et al. Rehabilitation of children and infants with osteogenesis imperfecta. A program for ambulation. Clin Orthop Relat Res. 1990;(251):254-62.

Binder H, Conway A, Gerber LH. Rehabilitation approaches to children with osteogenesis imperfecta: a ten-year experience. Arch Phys Med Rehabil. 1993;74(4):386-90.

Binder H. Rehabilitation of infants with osteogenesis imperfecta. Connect Tissue Res. 1995;31(4):S37-9. DOI: http://dx.doi.org/10.3109/03008209509116831

Monti E, Mottes M, Fraschini P, Brunelli P, Forlino A, Venturi G, et al. Current and emerging treatments for the management of osteogenesis imperfecta. Ther Clin Risk Manag. 2010;6:367-81.

van Brussel M, van der Net J, Hulzebos E, Helders PJ, Takken T. The Utrecht approach to exercise in chronic childhood conditions: the decade in review. Pediatr Phys Ther. 2011;23(1):2-14.

Brooks BM. Physical therapy in osteogenesis imperfecta. Phys Ther. 1974; 54:1198-9.

Antoniazzi F, Mottes M, Fraschini P, Brunelli PC, Tatò L. Osteogenesis imperfecta: practical treatment guidelines. Paediatr Drugs. 2000;2(6):465-88. DOI: http://dx.doi.org/10.2165/00128072-200002060-00005

Publicado

2014-06-09

Edição

Seção

Artigo de Revisão

Como Citar

1.
Campana MB, Sannomiya VF da C, Ferreira L, Campana ANNB. Exercício físico na osteogênese imperfeita. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de junho de 2014 [citado 24º de abril de 2024];21(2):80-6. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103837